"Quando foi detido, em 2022, usava um fio de ouro avaliado em 54 mil euros, uma pulseira de ouro no valor de 16 mil euros, um Rolex no valor de 30 mil euros e uma mala Louis Vuitton no valor de 2 mil euros ao pescoço". É assim que começa o texto em destaque esta sexta-feira na ABC sobre Xuxas, "o maior traficante da história de Portugal".
De acordo com o jornalista Tomás Ribeiro, que assina o artigo, foi essa "riqueza que ostentava e de que se vangloriava" que levantou suspeitas junto das autoridades. As joias e as roupas que usava, como as férias que fazia e as casas e carros que possuía eram "incompatíveis com a sua declaração de rendimentos".
Natural dos Olivais, em Lisboa, Rúben Oliveira não esconde os ídolos por que se rege. Na pele tem tatuado Pablo Escobar e Joaquín 'El Chapo' Guzmán e, tal como eles na Colômbia e no México, é considerado pela Polícia Judiciária (PJ) "o maior traficante de droga da história de Portugal" e com a organização "mais eficaz" (até ao seu desmantelamento).
Segundo a ABC, a acusação do Ministério Público (MP), Xuxas mantinha mesmo "contactos estreitos com o comandante Sérgio Carvalho", um dos principais traficantes de droga brasileiros, detido na Hungria, e tinha "ligações privilegiadas" com o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Clã do Golfo e o Comando Vermelho, três das maiores organizações criminosas do mundo com ligações ao tráfico de drogas no Brasil, México, Colômbia e Bolívia.
Para coordenar a importação de "toneladas de cocaína para Portugal, por via aérea e marítima, durante três anos", o lisboeta utilizava o Encrochat e o Sky CC, dois serviços de comunicação encriptada, que foram hackeados por uma força policial europeia conjunta.
A rede de Xuxas transportava, normalmente, a cocaína por via marítima, escondida em frutas. As drogas chegavam a Portugal, via porto de Leixões e Setúbal, em "grandes navios cargueiros", entre bananas, abacaxis e açaí.
Rúben Oliveira está detido desde 2022. A sentença está, segundo a ABC, marcada para setembro.
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