"Dia muito triste para Portugal". Montenegro lamenta tragédia
Montenegro esteve no local do acidente e rejeitou as críticas que se levantaram face a esta deslocação.
© Lusa
País Montenegro
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou esta sexta-feira, 30 de agosto, "um dia muito triste" para Portugal, apresentando as condolências às famílias dos militares da GNR que perderam a vida num acidente com um helicóptero que caiu ao rio Douro na região de Lamego. Além disso, anunciou que amanhã será dia de luto nacional.
"Hoje é um dia muito, muito triste para Portugal. É com profundo pesar, consternação e muita solidariedade que apresentamos às famílias dos quatro militares que padeceram neste trágico acidente, uma referência de todo o apoio que é possível numa ocasião como esta. Quero também transmitir a nossa solidariedade à Guarda Nacional Republicana pela ocorrência deste acidente e pelas suas consequências", afirmou Luís Montenegro, numa unidade hoteleira, em Lamego, distrito de Viseu, acompanhado da ministra da Administração Interna.
"Está a ser feito todo o esforço não só para recuperar os corpos das vítimas mortais, para dar o acompanhamento ao sobrevivente deste acidente e para tudo fazer para encontrar o quinto militar da GNR que se encontra desaparecido", afirmou o primeiro-ministro.
Montenegro anunciou depois que o Governo vai decretar, no sábado, um dia de luto nacional, decisão tomada em concordância com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que também hoje esteve em Lamego, mas que não prestou declarações.
"Em consonância com a proposta do Governo, sua Excelência o Senhor Presidente da República anuiu que fosse decretado dia de luto nacional, amanhã [sábado], em homenagem à dedicação, ao brio, à entrega destes homens, e neles todos os quantos todos os dias ao serviço de várias Instituições da Republica Portuguesa prestam apoio e socorro às pessoas e à proteção dos bens dos portugueses", justificou Montenegro.
Questionado pelos motivos pelos quais foi ao local, o chefe do Executivo destacou que teve oportunidade de ver a "magnitude da operação e "estar pessoalmente com os mergulhadores, que estão também eles a desempenhar uma missão muito perigosa". Desta forma, Montenegro quis-lhes transmitir "apreço" pela missão que continuam a desempenhar.
"É minha obrigação e responsabilidade, em nome do povo português, estar ao lado daqueles que também arriscam, mesmo nesta circunstância trágica, a sua vida", defendeu.
Sobre as críticas que se levantaram face a esta deslocação, insistiu: "Eu cumpro a minha obrigação".
"A presença do primeiro-ministro não foi motivo de nenhuma perturbação nas operações de busca. Fazer disso crítica ou caso eu acho que é um desrespeito também pelas instituições. Já não digo por mim, que eu sou muito pouco importante a esse respeito", atirou.
Sobre as famílias, Montenegro disse que estão "desde a primeira hora" a receber o apoio das mais diversas entidades. "A melhor maneira que podemos ter para demonstrar a nossa solidariedade, para além da nossa presença e palavra, é sobretudo o enaltecimento do trabalho, da dedicação patriótica de todos estes militares da GNR", completou.
Recorde-se que o helicóptero de combate a incêndios florestais amarou no rio Douro pelas 12h50 de hoje, próximo da localidade de Samodães, Lamego, e transportava um piloto e uma equipa de cinco militares da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPC) que regressava de um fogo no concelho de Baião.
O piloto da aeronave foi resgatado com vida, apenas com ferimentos ligeiros.
Até ao momento foram localizados os corpos de quatro militares da GNR, continuando desaparecido um outro elemento, e as buscas continuam.
As causas do acidente ainda não são conhecidas.
O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF), organismo do Estado Português, tem uma equipa no terreno e que está a investigar o acidente.
O helicóptero acidentado, do modelo AS350 -- Écureuil, é operado pela empresa HTA Helicópteros, sediada em Loulé, Algarve.
[Notícia atualizada às 19h53]
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