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Defesa de Clóvis Abreu reitera inocência na morte do polícia Fábio Guerra

A defesa de Clóvis Abreu reiterou hoje a inocência do arguido na morte do polícia Fábio Guerra, junto à discoteca Mome, em março de 2022, no arranque do julgamento no Campus da Justiça, em Lisboa.

Defesa de Clóvis Abreu reitera inocência na morte do polícia Fábio Guerra
Notícias ao Minuto

11:49 - 10/09/24 por Lusa

País Tribunal

"Começo por lamentar a morte trágica de Fábio Guerra. Não obstante, Clóvis Abreu pretende demonstrar em audiência que não teve nada a ver com a morte e que não tem nenhuma culpa", afirmou o advogado do arguido, Aníbal Pinto.

 

Para o advogado, "Clóvis Abreu não praticou nenhum homicídio, nem praticou nenhum homicídio na forma tentada. Está preso injustamente e deve ser punido só pelo que fez e não pelo que não fez".

Aníbal Pinto explicou também que a tragédia só aconteceu porque Cláudio Pereira, o elemento sem ligação ao grupo de polícias ou aos arguidos no caso, esperou fora da discoteca para agredir Cláudio Coimbra, um dos dois ex-fuzileiros já condenados no âmbito da morte do antigo agente da Polícia de Segurança Pública (PSP).

O mandatário acrescentou também que o terceiro suspeito deste caso apenas deu um pontapé em Cláudio Pereira depois de este cair com um soco de resposta do outro ex-fuzileiro condenado, Vadym Hrynko, e que então se envolveu "numa contenda" com várias pessoas, mas sem tocar em Fábio Guerra.

"Se não fosse a tragédia de Fábio Guerra, tinha sido apenas mais uma rixa, porque é o prato do dia", resumiu.

Confrontado com a entrega de Clóvis Abreu às autoridades cerca de ano e meio depois dos acontecimentos no exterior da discoteca Mome e das alegações de que esteve fugido à justiça, Aníbal Pinto insistiu que o arguido "nunca esteve fugido" e responsabilizou o Ministério Público (MP) por não ter notificado logo Clóvis Abreu e ter demorado "quase um ano" para fazer isso.

Clóvis Abreu, de 26 anos e em prisão preventiva no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária, não quis prestar declarações nesta primeira sessão no Juízo Central Criminal de Lisboa, remetendo a sua intervenção para o final.

O MP pediu então a reprodução em audiência das declarações do arguido no interrogatório efetuado em setembro de 2023 e durante a fase de instrução, em abril de 2024.

Nas gravações é possível ouvir Clóvis Abreu assumir que pontapear Cláudio Pereira quando este já estava no chão "foi uma atitude errada" e admitiu que estava "muito bêbedo" naquela noite.

A sessão de julgamento foi interrompida por volta das 11:30 e só será retomada de tarde, pelas 13:30.

Além da acusação de homicídio qualificado de Fábio Guerra, o terceiro arguido deste caso está ainda acusado pelo MP de dois crimes de tentativa de homicídio (a Cláudio Pereira e ao agente João Gonçalves) e outros dois crimes de ofensas à integridade física qualificadas graves pelos incidentes na madrugada de 19 de março de 2022.

O Juízo Central Criminal de Lisboa condenou, em junho de 2023, os ex-fuzileiros Vadym Hrynko e Cláudio Coimbra a 17 e 20 anos de prisão, respetivamente, pela morte do agente da PSP.

Fábio Guerra, 26 anos, morreu em 21 de março de 2022, no Hospital de São José, em Lisboa, devido a "graves lesões cerebrais" sofridas na sequência das agressões de que foi alvo no exterior da discoteca Mome, em Alcântara, quando se encontrava fora de serviço.

Leia Também: Julgamento do terceiro suspeito na morte do PSP Fábio Guerra começa hoje

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