O primeiro-ministro, Luís Montenegro, falou pela primeira vez sobre a fuga de cinco detidos do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, na Azambuja, e que tem marcado esta semana.
Confrontado pela demora na resposta do Governo, Montenegro referiu que a ministra da Justiça, Rita Júdice, que na terça-feira deu uma conferência de imprensa na terça-feira sobre o assunto, foi "particularmente eficiente e conclusiva naquilo que foi a apreciação do Governo sobre este processo".
"É um processo lamentável que não devia ter acontecido e que é preciso esclarecer até à última das consequências", considerou ainda.
O Executivo foi alvo de várias críticas devido à inexistência de qualquer reação à fuga, que aconteceu no sábado, mas o chefe de Governo sublinhou que a responsável pela pasta da Justiça "teve ocasião de dizer por que razão o Governo tinha aguardado pela informação que era necessária, para podermos tomar uma posição".
Montenegro sugeriu ainda que esta 'ponderação' era uma coisa que "todos" deviam apreciar, apontando que "há aqueles que são mais rápidos e precipitados a tirar conclusões"; algo que disse respeitar, até por serem casos de "vicissitudes profissionais".
O primeiro-ministro reforçou que o Executivo devia "falar quando tem os elementos mais relevantes para o fazer". "Aquilo que era importante era termos uma perfeita noção do que aconteceu", justificou.
Questionado sobre se pensava que Portugal continuava a ser um dos países mais seguros do mundo, Montenegro mostrou-se confiante: "Não tenho dúvidas nenhumas de que Portugal é um dos países mais seguros do mundo. Agora: quer isto dizer que tapamos os olhos e nos escondemos debaixo da areia perante alguns sinais que se vão revelando na área da segurança? Com certeza que não", afirmou.
"É preciso cuidar da segurança nos equipamentos públicos - que as prisões são - e é preciso também cuidar da segurança nas ruas com uma maior proximidade do policiamento, com uma maior eficácia da dissuasão dos comportamentos menos próprios. Esse esforço estamos a fazê-lo", afirmou, deixando o apelo às pessoas para manterem a tranquilidade.
Recorde-se que os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer. Têm idades entre os 33 e os 61 anos.
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Os homens foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais. Saiba mais detalhes sobre estes cinco homens aqui.
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