Em comunicado enviado à agência Lusa, esta junta de freguesia indicou que os atestados de residência falsos foram detetados durante uma fiscalização efetuada, no sábado, pela autarquia juntamente com a GNR.
A ação surgiu após terem sido solicitados na junta, desde o início deste mês, "cerca de 170 atestados de residência para apenas seis habitações, sendo as duas testemunhas do requerimento sempre as mesmas, o que levantou suspeitas de fraude", justificou.
Contactado pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Beringel, Vítor Besugo (PS), referiu que, ao aperceber-se da situação, solicitou o acompanhamento da GNR e avançou com uma fiscalização nas seis habitações para confirmar as suspeitas.
"E viemos a constatar que, efetivamente, não moravam lá e encontrámos outros imigrantes que garantiram que só eles é que viviam nessas casas".
Ou seja, segundo o autarca, "aproveitaram-se das casas onde já estavam imigrantes e deram essa morada na junta".
"Já denunciámos ao MP para que as entidades possam atuar e punir quem presta estes falsos testemunhos e, enquanto a situação não for resolvida, está suspensa a emissão dos atestados de residência", frisou.
Vítor Besugo disse esperar que seja iniciada uma investigação ao caso e manifestou a disponibilidade da autarquia para colaborar, sublinhando que os dados das testemunhas e dos requerentes "estão todos na junta de freguesia".
"Fui um dos que aplaudiu o Governo liderado pelo PSD e pelo CDS-PP quando alertou a Lei da Imigração [com a obrigatoriedade de apresentar visto de trabalho], mas, infelizmente, não se veem quaisquer alterações, três meses depois", vincou.
Segundo o autarca de Beringel, antes do 'boom' da imigração, esta junta de freguesia passava em média cerca de 60 atestados de residência por ano.
"Mas tem vindo a aumentar gradualmente. No ano passado, passámos cerca de 500 e, este ano, temos 600 pedidos já, numa freguesia que tem 1.200 habitantes", acrescentou.
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