Mais de 5 mil operacionais combatem incêndios no Centro e Norte do país
Mais cinco mil operacionais combatiam no final da noite de segunda-feira 131 incêndios ativos em Portugal Continental, sendo o que deflagrou no domingo no concelho de Oliveira de Azeméis aquele que mobiliza mais meios, segundo a Proteção Civil.
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images
País Incêndios
De acordo com a informação disponível no portal da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) às 23h50 de segunda-feira, estavam no terreno a combater os fogos ativos estavam 5.432 operacionais, apoiados por 1.600 veículos.
O incêndio que deflagrou no domingo, às 14h52, na União de Freguesias de Pinheiro da Bemposta, Travanca e Palmaz, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, era o que, no final da noite de segunda-feira, concentrava mais meios no local, mobilizando 549 operacionais, apoiados por 195 veículos.
Ainda no distrito de Aveiro, em Albergaria-a-Velha, 384 operacionais combatiam os incêndios apoiados por 123 meios terrestres.
Na região de Coimbra, em Torres de Mondego e Carvalhosas estão a combater os fogos 318 operacionais apoiados por 102 veículos. Em Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, 300 operacionais estão no terreno com o apoio de 99 meios terrestres.
Ainda em Gondomar, no distrito do Porto, os incêndios estão a ser combatidos por 265 operacionais e 60 veículos. Os meios aéreos durante à noite encerram as suas atividades de combate aos fogos.
As chamas que começaram domingo a norte de Aveiro alastraram hoje pelo distrito e foram responsáveis, direta e indiretamente, por três mortes, casas destruídas e estradas cortadas, um cenário que se repetiu em vários locais do norte e centro.
Na noite de domingo morreu um bombeiro de "doença súbita" quando combatia as chamas em Oliveira de Azeméis e na segunda-feira as autoridades anunciaram mais duas mortes, uma pessoa carbonizada no fogo de Albergaria-a-Velha e uma morte por ataque cardíaco em Sever do Vouga.
Num dos piores dias dos últimos anos em termos de incêndios, as chamas chegaram na segunda-feira, nomeadamente, aos distritos do Porto, em Gondomar, de Braga, em Cabeceiras de Basto, de Viseu, em Penalva do Castelo e Nelas (com seis feridos), e de Castelo Branco, em Louriçal do Campo, assim como em Coimbra.
Mas foi o distrito de Aveiro, com 10 mil hectares já ardidos, o centro dos maiores focos de incêndio, primeiro em Oliveira de Azeméis e depois Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Águeda.
Devido aos fogos no distrito estiveram cortadas ao trânsito, ao longo da segunda-feira, as autoestradas A1, A25 e A29, mas também outras vias sofreram cortes, como o IC2 e várias estradas nacionais. Foram ainda cortadas a A1 e a A13 na zona de Coimbra. A circulação ferroviária na linha do Norte também esteve cortada na manhã de segunda-feira. Devido aos incêndios estiveram suspensas ligações rodoviárias de passageiros.
Num balanço feito na noite de segunda-feira, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) contabilizava, nos incêndios do norte e centro do país, dois feridos em estado grave, seis dezenas de evacuações por precaução, e destruição de casas (mais de 20), anexos e armazéns e instalações industriais, em número que não é possível ainda precisar. Há pelo menos 17 vítimas, nas contas da ANEPC.
Com vários incêndios em curso e com previsões meteorológicas muito desfavoráveis ao combate, Portugal pediu ajuda à União Europeia, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendo sido anunciado um reforço de meios vindos de Espanha, França, Grécia e Itália, dois aviões de cada país.
O Governo alargou até quinta-feira a situação de alerta devido ao risco de incêndios, face às previsões meteorológicas, e anunciou a criação de uma equipa multidisciplinar para lidar com as consequências dos incêndios dos últimos dias, com sede em Aveiro e coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida.
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