PR expressa "solidariedade estratégica" e acordo com decisões do Governo

O Presidente da República expressou hoje "solidariedade estratégica" e o seu acordo em relação às decisões do Governo no combate aos incêndios, e defendeu que não se pode "ter a tentação da facilidade".

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Lusa
17/09/2024 20:39 ‧ 17/09/2024 por Lusa

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Incêndios

"Estamos todos juntos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, perante a comunicação social, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, no fim de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros sobre a situação dos incêndios, a que presidiu.

 

Ainda antes de o primeiro-ministro anunciar as decisões tomadas nesta reunião do Conselho de Ministros, o chefe de Estado declarou: "Queria dizer que concordo com essas deliberações, boa parte delas da competência exclusiva do Governo, não exigindo, portanto, a participação direta do Presidente da República, por não exigirem iniciativas de leis".

O Presidente da República referiu que está ao lado do Governo neste momento, não por "mera solidariedade institucional" entre órgãos de soberania, mas num gesto de "solidariedade estratégica".

"Estão juntos os portugueses, estão juntos os operacionais, estão juntos autarcas, estamos juntos órgãos de soberania na mesma causa, e essa causa é uma causa nacional. E é isso que, para além da concordância com o conteúdo, significa uma solidariedade estratégica e não apenas institucional", reforçou.

Marcelo Rebelo de Sousa manifestou a expectativa de que a situação dos incêndios melhore até ao fim de semana, pelo efeito do combate de populações e operacionais e da evolução favorável das condições meteorológicas, mas desaconselhou facilitismo.

"Não podemos ter a tentação da facilidade", defendeu.

Nesta reunião, entre outras decisões, o Governo declarou a situação de calamidade em todos os municípios afetados por estes incêndios.

Esta foi a segunda vez que o chefe de Estado apareceu ao lado do primeiro-ministro, Luís Montenegro, no atual contexto de incêndios nas regiões centro e norte, que já fizeram provocaram sete mortes.

Na segunda-feira à noite, os dois estiveram juntos na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), onde prestaram declarações e o primeiro-ministro respondeu a perguntas da comunicação social.

Hoje, no fim da reunião extraordinária do Conselho de Ministros, não houve direito a perguntas dos jornalistas.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa começou por "agradecer ao senhor primeiro-ministro o convite para presidir a este Conselho de Ministros extraordinário sobre o tema que preocupa todos os portugueses". 

"Ouvi atentamente, antes do mais, o senhor primeiro-ministro e os seus ministros mais diretamente relacionados com esta situação dramática, vivida por milhares de nossos concidadãos, e depois, naturalmente, todos os senhores membros do Governo que se pronunciaram", relatou.

Desde domingo, já morreram sete pessoas e cerca de 40 ficaram feridas, duas com gravidade, nos incêndios que atingem as regiões norte e centro do país, em concelhos como Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, no distrito de Aveiro, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas, como a A1, A25 e A13.

As mais recentes vítimas são três bombeiros que morreram hoje num acidente quando se deslocavam para um incêndio em Tábua, distrito de Coimbra.

A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 62 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que indica que nas regiões norte e centro, desde o fim de semana, já arderam 47.376 hectares.

Hoje, cerca das 17h30, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registava 180 ocorrências, envolvendo mais de 6.300 operacionais, apoiados por 1.900 meios terrestres e 39 meios aéreos.

[Notícia atualizada às 21h29]

Leia Também: Governo declara situação de calamidade em todos os municípios afetados

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