"Temos mecanismos prontos" para apoiar retirada de portugueses do Líbano

Montenegro assegurou a existência de um "plano" para a retirada de portugueses do Líbano. Quanto às Nações Unidas, defendeu que "os mecanismos de decisão" devem "ser colocados em equação".

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Carmen Guilherme
25/09/2024 17:00 ‧ 25/09/2024 por Carmen Guilherme

País

Luís Montenegro

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garantiu, esta quarta-feira, que o Governo tem "mecanismos que estão prontos" para a retirada de portugueses do Líbano, reiterando ainda o apelo para que os cidadãos nacionais evitem viajar para países do Médio Oriente, perante a situação vivida na região.

 

"Temos um plano, uma programação, para poder retirar cidadãos portugueses que possam estar lá [Líbano], de acordo com a evolução da realidade no terreno e de acordo também com a cooperação com outros países parceiros, nomeadamente no âmbito da União Europeia", afirmou o primeiro-ministro, em declarações aos jornalistas em Nova Iorque, onde vai participar, pela primeira vez, na Assembleia Geral das Nações Unidas.

"Temos estado em contacto, desde há muito tempo, com todos os portugueses que estão identificados naquele território. Temos mecanismos que estão prontos para poder fazer o apoio que é necessário para a sua retirada", assegurou.

Luís Montenegro lembrou depois que esta retirada "tem uma  componente que é individual". "As pessoas têm de tomar a decisão, têm de nos comunicar e nós temos de enquadrar", frisou, referindo que a retirada pode acontecer numa operação "promovida" pelo Governo ou por "algum Estado amigo e parceiro" com qual o país poderá colaborar. 

Antes, o líder do Executivo havia reiterado o apelo para que os portugueses evitem viajar para "os locais de maior conflito". 

"Evidentemente, nós não mandamos na vontade das pessoas, mas emitimos essa recomendação veemente. Temos a plena noção de que hoje é mesmo muitíssimo perigoso viajar para aqueles destinos, nomeadamente para o Líbano e toda a zona envolvente", sublinhou.

Montenegro referiu ainda que "Portugal vê com muita muita preocupação e apreensão um aumento da escalda de violência no Líbano e acompanha todos os apelos para que haja um esforço adicional de contenção".

"Esforço esse que, naturalmente, tem também de ser impulsionado pelas organizações internacionais e em particular pelas Nações Unidas", ressalvou. 

"Extremamente grave". MNE pede que se evitem viagens para o Médio Oriente

O ministro dos Negócios Estrangeiros reiterou hoje o apelo aos portugueses para que evitem viajar para países do Médio Oriente como Líbano, Israel e territórios palestinianos ocupados, perante a "situação extremamente grave" na região.

Lusa | 19:45 - 23/09/2024

Sobre esta viagem a Nova Iorque, o primeiro-ministro destacou que terá oportunidade, no âmbito da participação na reunião do Conselho de Segurança de "afirmar alguns pontos de vista" de Portugal, nomeadamente sobre os focos de conflito. Desta forma, criticou: "A gestão dos equilíbrios que sabemos que é difícil, no âmbito das Nações unidas e do Conselho de Segurança em particular, tem às vezes prevalecido face à necessidade imediata de intervir".

"Os mecanismos de decisão acho que devem ser colocados em equação. Acho que há uma utilização demasiado recorrente, para não dizer às vezes abusiva, do direito de veto. Portanto, o Conselho de Segurança está a acabar por se transformar num órgão com alguma limitação em termos de operacionalidade", defendeu. 

O primeiro-ministro reforçou que é necessário prevenir as "atrocidades contra direitos humanos" e completou: "O mundo não é propriedade de ninguém, o mundo é prioridade de todos nós".

[Notícia atualizada às 17h15]

Leia Também: Israel prepara-se para possível operação terrestre no Líbano

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