"A Marinha está a dar um exemplo ao país, porque um dos grandes problemas do país e da Europa é o atraso científico-tecnológico em relação aos Estados Unidos da América, à Ásia. As novas tecnologias são o futuro e a Marinha portuguesa percebeu isso", disse Marcelo Rebelo de Sousa, que hoje acompanhou o evento a decorrer nas instalações militares da Marinha em Troia, no concelho de Grândola, distrito de Setúbal.
"E [a Marinha] lançou-se, em conjunto com as universidades, com centros de pesquisa, nacionais e internacionais, com empresas, com instituições internacionais de toda a natureza, europeias, NATO, porque percebeu que era preciso olhar para esse futuro", acrescentou o chefe do Estado.
O Presidente da República falava aos jornalistas em Troia, durante o maior exercício do mundo de veículos não tripulados, REPMUS 2024 (Robotic Experimentation and Prototyping with Maritime Unmanned Systems), que decorre até dia 27 de setembro em Troia e Sesimbra, no distrito de Setúbal.
"É impressionante a projeção da nossa Marinha, que arrancou com isto (REPMUS), uns anos antes do senhor Draghi (Mário Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu), vir dizer, na União Europeia, que estamos atrás em matéria científica e tecnológica, e que temos de recuperar o tempo perdido", frisou Marcelo Rebelo de Sousa.
Depois de observar diversos sistemas não tripulados (drones) no Centro de Experimentação Operacional de veículos não tripulados da Marinha Portuguesa, e de assistir a algumas operações de demonstração das potencialidades destes equipamentos, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou a importância do evento.
"Este exercício que reúne dezenas de países e duas mil pessoas, e que está a decorrer aqui e ao mesmo tempo em Sesimbra, numa área muito, muito alargada, é muito prestigiante para Portugal, e significa que o futuro da nossa Marinha vai ser muito diferente", disse Marcelo Rebelo de Sousa, sempre acompanhado pelo atual chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, grande impulsionador do desenvolvimento e experimentação de sistemas não tripulados em Portugal.
"É um sinal muito positivo, que já está a contribuir para coligações em que estamos envolvidos, para intervenções internacionais, uma vez que outros países beneficiam daquilo que a própria Marinha, ela própria, é capaz de construir - construir cientificamente e construir tecnologicamente -, e depois, em associação com as parcerias empresariais, projetar no mundo", concluiu o Presidente da República.
O ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, e o chefe do Estado-Maior-General d?as Forças Armadas, general Nunes da Fonseca, acompanharam igualmente a visita do Presidente da República, que é o comandante supremo das Forças Armadas.
Leia Também: Marcelo deixa "elogio" a Gouveia e Melo no âmbito de exercício da Marinha