Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, está a ser notícia em Espanha. O nome do empresário surge numa troca de mensagens entre os principais protagonistas de um caso que investiga uma fraude fiscal no valor de 182 milhões de euros, e nas quais é referido como "o filho do Presidente de Portugal".
Segundo o El Confidencial, o caso surgiu da investigação 'Koldo', que levou à detenção por corrupção de Victor Aldama, ex-presidente do clube de futebol Zamora FC, e de Claudio Rivas, empresário do setor dos hidrocarbonetos.
Uma análise da Guardia Civil a mensagens trocadas entre ambos revelou que estes estavam a tentar expandir para Portugal a atividade da Villafuel, uma rede de gasolineiras, e que "o filho do presidente" de Portugal tinha pedido para entrar, escreve o jornal espanhol.
As mensagens, datadas de agosto de 2021, constam de um novo relatório enviado ao Tribunal Central de Instrução número 2, da Audiência Nacional espanhola, e mostra que Aldama marcou uma reunião "com o filho do presidente de Portugal" e que que este lhe perguntou "se podia entrar na empresa com uma percentagem".
De acordo com o El Confidencial, apesar da proposta, Rivas respondeu que não queria facilitar a entrada de mais pessoas no seu negócio. "Não, não", respondeu, esclarecendo que não queria ninguém de Portugal no negócio "até que a Agip [petrolífera italiana]" confirmasse se queria entrar "como sócios."
"Ok e eu?", questionou Aldama. "Tu sempre", garantiu Rivas.
Note-se que estas mensagens integram o relatório, mas o filho do chefe de Estado não é referido no documento. Além disso, nenhum dos intervenientes especifica o nome do filho de Marcelo.
Estas conversas, detetadas no âmbito do caso 'Koldo', foram fundamentais para o desenvolvimento de uma investigação paralela, que permanece secreta, sobre uma rede dedicada à venda de hidrocarbonetos, numa fraude fiscal de 182 milhões, sublinha o jornal.
A revista Sábado questionou Nuno Rebelo de Sousa sobre o caso em questão e, através do seu advogado, o empresário disse que "não conhece o referido senhor, nada sabe sobre o invocado negócio, nunca reuniu com ele, o assunto é-lhe totalmente estranho, ignora a quem o mesmo se refere e a quê na referida escuta, e repudia qualquer ligação que possa ser feita a si mesmo por quem quer que seja sobre tal assunto".
Apesar de as mensagens escritas estarem anexas ao relatório enviado pela Guardia Civil à Audiência Nacional, o filho do presidente português não é referido no documento.
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