Um homicídio que à primeira vista envolve um 'triângulo amoroso' e por detrás do qual estarão "razões de índole passional" marcou nos últimos dias a Lourinhã, no distrito de Lisboa.
Tudo começou na segunda-feira, quando uma mulher, que viria a ser a ser degolada, se deslocou para ir ter com outra, estrangeira, por forma a fazer um "pagamento de um trabalho agrícola".
A suspeita do homicídio, uma ex-namorada do companheiro da vítima, paquistanês, foi detida esta sexta-feira, e será presente a primeiro interrogatório no sábado, no Tribunal de Loures.
O encontro
A Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo da Polícia Judiciária (PJ) explicou que as duas mulheres combinaram encontrar-se na segunda-feira à noite numa rua da vila da Lourinhã para a vítima, de 34 anos, fazer o pagamento do trabalho agrícola.
O encontro foi combinado com o companheiro da vítima que a transportou de automóvel até às imediações do local do encontro, tendo aí ficado à espera. A vítima, acrescentou o responsável da PJ João Oliveira à Lusa, "não queria que ele se aproximasse da outra" mulher, de 33 anos.
Ferimentos feitos com "muita raiva"
Após a chegada ao local, as duas mulheres discutiram e a agressora terá desferido "variadíssimos e intensos golpes na zona do pescoço e cabeça" da vítima, agressões que "evidenciam muita raiva" e um "avolumar de situações no plano emocional que explodiram" na altura, disse ainda João Oliveira.
O alerta foi dado por volta das 22h30, por uma mulher que passeava o cão e que encontrou a vítima, com "golpes junto ao pescoço e escoriações", junto ao edifício da Segurança Social da Lourinhã.
Chegados ao local, os bombeiros encontraram a vítima em paragem cardiorrespiratória, ainda efetuaram manobras de reanimação, mas o óbito acabou por ser declarado ainda no local.
O crime "passional" e "premeditado"
Segundo a Polícia Judiciária, que tomou conta da ocorrência, em causa estarão "razões de índole passional, estando, para já, afastados cenários relacionados com contextos de imigração ilegal e/ou exploração laboral". Também a hipótese de ser um crime de violência doméstica foi desde logo rejeitado.
"A suspeita teve um relacionamento com o companheiro da vítima", motivo pelo qual a relação entre ambas "não era amistosa". A PJ explica também que o crime terá sido "premeditado", tendo em conta a dimensão da faca que a mulher, de 33 anos, trazia consigo e com a qual "degolou" a vítima.
A suspeita será presente a primeiro interrogatório no sábado, no Tribunal de Loures.
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