As propostas fazem parte de um conjunto de cinco "pontos-chave" para a cimeira luso-espanhola de quarta-feira no Algarve, apresentados hoje pela associação, que contempla ainda sugestões na área das interligações energéticas e para o mundial de futebol de 2030.
Em comunicado, a Zero pede que no mundial de 2030, que acontece em Portugal, Espanha e Marrocos, se dê primazia aos comboios e não aos aviões, diz que o acontecimento é uma oportunidade para Portugal e Espanha desenvolverem uma "verdadeira rede ibérica de serviços ferroviários", e sugere o lançamento de "bilhetes verdes" para ir assistir aos jogos de comboio.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, e o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, reúnem-se na quarta-feira em Faro na XXXV Cimeira Luso-Espanhola.
A propósito, a Zero apresentou as cinco propostas, uma delas a reposição dos serviços noturnos de comboio entre Lisboa e Madrid, e a promoção de um sistema de aquisição de bilhetes de comboio que permita facilmente viajar com um único bilhete entre destinos ibéricos.
"É incompreensível que existam programas de incentivos para promover a acessibilidade aérea de várias cidades ibéricas e o mesmo não aconteça, de forma ainda mais justificada em relação à acessibilidade ferroviária", diz a associação no comunicado.
A propósito da reunião dos dois governos a associação pede também que se aposte na eletrificação e uso de hidrogénio verde para a reindustrialização da Península Ibérica, e que seja reavaliada por Lisboa e Madrid a participação "no ineficiente e caro gasoduto H2Med" (interligação da Península Ibérica com norte e centro europeu), dando prioridade à produção para uso local de hidrogénio verde.
Na área da água, a Zero pede um acordo abrangente entre os dois países que inclua todos os rios transfronteiriços, como o Douro e o Minho, depois de um acordo ibérico para a gestão hídrica assinado no final de setembro ter incluindo os rios Tejo e Guadiana.
Um acordo amplo que assegure uma gestão integrada dos recursos "permitiria uma alocação mais justa e sustentável da água, garantindo a resiliência dos ecossistemas aquáticos e respeitando os compromissos ambientais assumidos por ambos os países", diz.
A Zero reafirma que o acordo de setembro que institui caudais mínimos diários (cedência por parte de Espanha) não é suficiente "para garantir a saúde dos ecossistemas fluviais".
"É necessário assegurar que a água libertada seja suficiente não apenas em quantidade, mas também em termos de qualidade e variabilidade ao longo do tempo, garantindo a sobrevivência das espécies e habitats dependentes", alerta a associação.
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