A denúncia foi feita pelo presidente da União de Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade, Luís Filipe Pedroso, numa publicação na redes sociais, com fotos do vandalismo.
"Durante a noite, (...) resolveram pintar as portas da câmara municipal e a parede da biblioteca pública, não estamos na Cova da Moura mas parece, é urgente a videovigilância, e a presença policial, o número de efetivos hoje é menor que 10 anos atrás, Braga cresceu em área e em população, é urgente o reforço de meios humanos, se não temo que as coisas piorem", escreveu o autarca.
Nas paredes daqueles edifícios, foram escritas as frases "Sem justiça não há paz. Odemir Vive" e "Odemir presente".
Odair Moniz, de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de segunda-feira, no Bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.
Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".
A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.
A Inspeção-Geral da Administração Interna abriu um inquérito urgente e também a PSP anunciou um inquérito interno, enquanto o agente que baleou o homem foi constituído arguido.
Desde a noite de segunda-feira, foram registados desacatos no Zambujal e, já na terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados dois autocarros, automóveis e caixotes do lixo, e detidas três pessoas.
Dois polícias receberam tratamento hospitalar devido ao arremesso de pedras e dois passageiros dos autocarros incendiados sofreram esfaqueamentos sem gravidade.
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