Autocarro apedrejado no Bairro da Boavista e reforço de polícia em Lisboa

Um autocarro da Carris foi esta noite apedrejado no Bairro da Boavista, na freguesia de Benfica, mas apenas sofreu danos materiais, avançou à Lusa fonte oficial da PSP, que reforçou o dispositivo policial em Lisboa e na área metropolitana.

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© Reprodução Facebook / PSP - Comando Metropolitano de Lisboa

Lusa
25/10/2024 06:12 ‧ há 5 semanas por Lusa

País

Lisboa

Um grupo de pessoas atiraram "pedras contra um autocarro que passou, provocando alguns danos", disse à Lusa o porta-voz da PSP, subintendente Sérgio Soares, junto ao Bairro da Boavista, concelho de Lisboa, separado do Bairro do Zambujal, no município da Amadora, pela CRIL -- Circular Regional Interna de Lisboa (IC17).

 

Do incidente não resultaram feridos, referiu a mesma fonte, acrescentando que na Amadora foi montado um reforço operacional no bairro do Zambujal, onde desde segunda-feira têm ocorrido atos de vandalismo em retaliação pela morte de um morador do bairro, no vizinho Cova da Moura, baleado por um agente da PSP.

Além do Bairro da Cova da Moura, a PSP reforçou o patrulhamento nos bairros de Santa Filomena e Casal da Mira, onde na quarta-feira arderam vários caixotes do lixo, e no centro de Lisboa também foi mobilizado "um dispositivo mais musculado", com o Corpo de Intervenção, para o Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Praça dos Restauradores e Rossio, devido a possíveis desordens.

No posto de combustível da Repsol da Segunda Circular, no sentido de Pina Manique, a Lusa constatou que a PSP montou um forte dispositivo da Divisão de Trânsito, apoiado pela esquadra da 3.ª Divisão e elementos de Investigação Criminal (Benfica).

Um grupo de cerca de meia dúzia de 'motards' tentou fugir da bomba de combustível, saltando pelo passeio para a Rua Dr. João Couto, e três foram barrados pelos agentes, enquanto os restantes conseguiram escapar, tendo sido apreendidas várias motos.

"Temos um reforço de policiamento na Área Metropolitana de Lisboa [AML], nos vários concelhos, desde Lisboa, Oeiras, Cascais Odivelas, Sintra, Amadora e Loures, e na margem sul, em Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal", explicou o porta-voz da PSP.

De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), registaram-se incêndios em ecopontos e contentores de resíduos em Odivelas, Sintra (União das Freguesias de Sintra e Algueirão-Mem Martins) e em Torres Vedras (São Pedro e Santiago, S. Maria e S. Miguel e Matacães).

Pelo menos nove ecopontos/contentores de lixo foram incendiados nos concelhos de Setúbal, Almada e Seixal, informou o Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Península de Setúbal.

Segundo a mesma fonte, foram detetados vários ecopontos a arder no Laranjeiro, em Almada, na Amora, no Seixal, e nas zonas de São Sebastião e da Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra, no concelho de Setúbal.

Este tipo de atos de vandalismo tem sido frequente nos últimos dias em diversos bairros da AML, após a morte de Odair Moniz, um homem cabo-verdiano de 43 anos que foi baleado mortalmente na segunda-feira por um agente da PSP no Bairro da Cova da Moura, na Amadora.

Segundo a PSP, o homem pôs-se "em fuga" de carro depois de ver uma viatura policial e "entrou em despiste" na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, "terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca".

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação "séria a isenta" para apurar "todas as responsabilidades", considerando que está em causa "uma cultura de impunidade" nas polícias.

A Inspeção-Geral da Administração Interna e a PSP abriram inquéritos e o agente que baleou o homem foi constituído arguido.

Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da ÁML, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo. Mais de uma dezena de pessoas foram detidas, o motorista de um autocarro sofreu queimaduras graves e dois polícias receberam tratamento hospitalar, havendo ainda alguns cidadãos feridos sem gravidade.

Leia Também: Desacatos em Lisboa. Marcelo diz "ser prematuro" visitar bairros afetados

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