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Caso das gémeas. "Se falassem em Belém, eu sabia. Soube pelos jornais"

Mário Pinto, antigo assessor do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi ouvido esta sexta-feira na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) às gémeas luso-brasileiras. O ex-responsável apontou que o antigo secretário do Estado da Saúde António Lacerda Sales não disse a verdade.

Caso das gémeas. "Se falassem em Belém, eu sabia. Soube pelos jornais"
Notícias ao Minuto

25/10/24 14:35 ‧ Há 2 Horas por Notícias ao Minuto com Lusa

País Caso das gémeas

O ex-assessor da Presidência da República, Mário Pinto, disse, esta sexta-feira, negou ter-se reunido com o ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales para falar sobre o caso das gémeas luso-brasileiras e disse que soube do caso pelos jornais.

 

"Se falassem desse assunto em Belém, eu sabia. Só soube pelos jornais", referiu durante a audição no Parlamento.

Durante o início da sua intervenção, Mário Pinto negou também conhecer Nuno Rebelo de Sousa, filho do Presidente da República, que também já foi ouvido nesta CPI.

Aquilo que lhe posso dizer é que Lacerda Sales, sobre este assunto, não disse a minha verdade

Segundo o que contou, o antigo secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, também já ouvido, avisou Mário Pinto de que este seria mencionado, e o mesmo ter-lhe-á pedido para não o fazer. Após a comissão, Pinto terá telefonado a Lacerda Sales, que não lhe atendeu o telefone. Recorde-se que Lacerda Sales sugeriu que os dois estiveram reunidos em 6 de novembro de 2019 para falar sobre o caso.

"Nego isso redondamente. Ele sabe que não falámos disso, porque eu não sabia, não conhecia [o caso]. Temos uma relação estreita e não foi bonito ter dito isso", afirmou. "Aquilo que lhe posso dizer é que Lacerda Sales, sobre este assunto, não disse a minha verdade", acrescentou em relação a esta assunto.

Questionado pelo PS disse não se lembrar que assunto terá sido abordado nessa reunião e, mais à frente, em resposta ao CDS-PP, indicou que poderá ter passado pelos problemas vividos nas urgências na altura. "Claramente que não foi sobre as gémeas", garantiu.

Questionado por António Rodrigues, do Partido Social Democrata, por que razão achava que tinha sido mencionado por Lacerda Sales, Mário Pinto disse que isso era algo que tinha de ser perguntado ao próprio.

Sobre as suas funções no Palácio de Belém, Mário Pinto indicou que "fazia a ligação com a área de saúde do Governo", e que se reunia "de dois em dois meses" com António Lacerda Sales para abordar "estratégias de saúde" e não dossiês individuais.

Mário Pinto admitiu ainda ter arranjado uma consulta para uma funcionária do Palácio de Belém.

O ex-consultor considerou que a Presidência da República é "um local com muitos segredos", o que considerou "normal", pois "o que se fazia lá não era para divulgar".

A Assembleia da República tem protagonizado, nos últimos meses, uma CPI ao caso das duas gémeas luso-brasileiras que receberam tratamento com o medicamento Zolgensma no Serviço Nacional de Saúde, estimando-se que este será o medicamento mais caro do mundo, estimando-se o valor em dois milhões de euros.

Suspeita-se que as bebés terão tido um acesso privilegiado ao medicamento, com recurso a influências na esfera política, em que estará envolvido Nuno Rebelo de Sousa e o antigo secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales.

[Notícia atualizada às 16h09]

Leia Também: Gémeas? Costa repete que só soube do caso "com a sua divulgação pela TVI"

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