Governo vai dispensar a revisão dos projetos caso ponha em causa PRR

O Governo vai aprovar a dispensa da revisão obrigatória dos projetos, uma medida para simplificar e agilizar a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que os municípios tinham pedido, revelou hoje o ministro da Coesão Territorial.

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© REINALDO RODRIGUES / Global Imagens

Lusa
07/11/2024 12:40 ‧ há 3 semanas por Lusa

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OE2025

A medida era pedida pela Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para agilizar a execução de projetos, nomeadamente de habitação e de recuperação de escolas e centros de saúde, apoiados pelo PRR.

 

Segundo o ministro, Manuel Castro Almeida, a norma que vai dispensar a revisão obrigatória dos projetos será aprovada pelo Conselho de Ministros e segue-se a uma outra medida de simplificação de procedimentos do PRR, que foi a isenção do visto prévio das obras pelo Tribunal de Contas (TdC), também pedido pelos municípios.

De acordo com o ministro, que se confessou "muito entusiasta da vantagem de fazer revisão de projetos", a dispensa da revisão não vai acontecer sempre.

"Vamos dispensar sempre que um serviço público comprove, com um cronograma, que se fizer a revisão de projeto esse tempo que vai aí perder o impede de executar um projeto dentro do prazo que está previsto pelo PRR e pelo Portugal 2030. Nessa altura, e só nessa altura, ele decide e fundamenta dispensar a revisão obrigatória do projeto", explicou Castro Almeida, durante uma audição na Assembleia da República, em Lisboa, sobre a proposta de Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

O ministro considerou que estas medidas "em nenhum caso põem em perigo a boa execução de dinheiros públicos" e não aumentam o risco de fraude.

"Não estamos a salvo de qualquer fraude, como em nenhuma circunstância estamos. Mas, não é por causa destas alterações que aumentámos o risco de fraude [e] apressámos a execução", defendeu.

No caso da dispensa do controlo prévio pelo TdC não está em causa a fiscalização sucessiva dos projetos pelo tribunal, mas sim a fiscalização preventiva, "o que até responsabiliza" as administrações, salientou.

A proposta de lei de Orçamento do Estado para 2025 foi aprovada na generalidade com os votos a favor dos dois partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS-PP, e a abstenção do PS.

Os restantes partidos da oposição - Chega, IL, BE, PCP, Livre e PAN - votaram contra.

O PS já anunciou que se irá abster também na votação final global, marcada para 29 de novembro, assegurando a viabilização do primeiro Orçamento do Estado apresentado pelo executivo minoritário PSD/CDS-PP, chefiado por Luís Montenegro.

Leia Também: Nova Lei das Finanças Locais deve entrar em vigor em 2026

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