Ministra diz que era importante ter consenso com PGR para reconduzir Neves

A ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, destacou hoje a importância da sintonia de posições com o procurador-geral da República (PGR), Amadeu Guerra, para a decisão de reconduzir Luís Neves como diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ).

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© REINALDO RODRIGUES/Global Images

Lusa
08/11/2024 16:04 ‧ 08/11/2024 por Lusa

País

Rita Alarcão Júdice

Em declarações aos jornalistas à margem do Encontro Mundial do Notariado e da VIII Conferência do Notariado português, em Lisboa, a governante reiterou que a decisão anunciada esta quinta-feira em comunicado do gabinete do primeiro-ministro, Luís Montenegro, foi tomada "com muita convicção" e elogiou o responsável máximo da PJ, que está à frente da direção há seis anos.

 

"Foi uma decisão muito tranquila, com muita convicção, na certeza de que estamos a escolher a pessoa certa para o lugar certo, para responder às exigências desta instituição, coordenando também com o senhor procurador-geral da República. Era para nós muito importante ter esse consenso, para termos a certeza de que estes órgãos podem funcionar da melhor forma possível e essa tranquilidade também nos foi dada, portanto, foi muito importante", referiu.

Amadeu Guerra foi anunciado como novo PGR no final de setembro e tomou posse para um mandato de seis anos no passado dia 12 de outubro, sucedendo no cargo a Lucília Gago.

Já sobre o anúncio da recondução por mais três anos surgir apenas agora, quando a comissão de serviço de Luís Neves à frente da direção da PJ terminou no passado mês de junho, Rita Alarcão Júdice garantiu que o "timing não foi por acaso", reiterando que foi o tempo necessário para o respetivo processo de decisão do Governo.

Com a recondução, este será a terceira comissão de serviço de Luís Neves enquanto diretor nacional da PJ, que tomou posse no cargo em junho de 2018, quando já contava com mais de 20 anos ao serviço daquela polícia.

Em unidades de combate à criminalidade violenta e organizada, o nome de Luís Neves ficou ligado à investigação em casos de desmantelamento de células da ETA em Portugal, de detenção de "skinheads" e do líder de extrema-direita Mário Machado, à detenção em Itália do espião do SIS Frederico Carvalhão Gil e ao caso do rei Ghob, suspeito do homicídio de vários jovens.

A direção de Luís Neves ficou ainda marcada no último mandato pela modernização da PJ e reforço de quadros, incluindo especialistas e técnicos periciais, pela absorção de parte dos quadros provenientes do extinto Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e por um elevado aumento salarial dos inspetores, via subsídio de risco, que acabaria por motivar a contestação de outras forças policiais e de segurança, que exigiram ao Governo negociações para um tratamento igualitário.

O diretor nacional está na Polícia Judiciária desde 1995, tendo ingressado na força policial assim que terminou a licenciatura em Direito e já depois de um estágio em advocacia. Sem qualquer desvio para outras unidades ou especialidades, esteve sempre ligado ao combate de crimes violentos e terrorismo.

Luís Neves foi nomeado coordenador superior da PJ em outubro de 2006 e diretor nacional adjunto da PJ na direção central de Combate ao Banditismo em março de 2007, passando a diretor da Unidade Nacional de Contraterrorismo em 2009.

Leia Também: Sindicato da PJ espera que diretor resolva problemas com 20 anos

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