Em comunicado, a ULS de São José lembra uma orientação da Direção-Geral da Saúde (DGS) que estabelece que "o internamento hospitalar de uma grávida em TP [trabalho de parto] considerado de baixo risco pode ser realizado por um EESMO, com conhecimento de um médico de Obstetrícia e Ginecologia responsável".
A diretriz de 2023, e atualizada este ano, sublinha o espírito de equipa e o foco no melhor interesse da grávida.
"Os EESMO da MAC irão, a partir de agora, assumir formalmente intervenções autónomas em todas as situações de gravidez de baixo risco, entendidas como aquelas em que estão envolvidos processos fisiológicos e processos de vida normais no ciclo reprodutivo da mulher", salienta a enfermeira diretora da ULS São José, Maria José Costa Dias, citada no comunicado.
Destacando que a instituição está "uma vez mais, a inovar no cuidar", a responsável explica que este planeamento "vai permitir otimizar processos de trabalho, garantindo o parto em ambiente seguro e promovendo a saúde da parturiente e do recém-nascido na sua adaptação à vida extra-uterina".
"Com esta organização dos fluxos de trabalho, a direção de Enfermagem orgulha-se de a ULS São José ser a primeira a realizar este desenvolvimento e a contribuir, assim, para o desenvolvimento das competências específicas dos enfermeiros especialistas", sublinha.
Nas situações identificadas como TP de baixo risco, os EESMO passam a poder efetuar formalmente o internamento, o que, até ao momento, tinha de ser feito pelo médico especialista.
Esta alteração traduz-se numa otimização dos recursos humanos e numa melhoria da qualidade dos cuidados, mas nas situações de TP com vigilância acrescida, o processo de internamento continua a ser realizado pelo médico obstetra.
"Com a implementação desta alteração temos, além do reconhecimento das competências do EESMO, um conjunto de benefícios centrados na grávida: menor tempo de espera para internamento [...]", realça o coordenador da equipa de enfermagem do Serviço de Urgência da MAC, Fernando Prada.
O clínico sustenta que "estes internamentos não estão condicionados pela disponibilidade de um elemento da equipa médica, e maior comodidade, pois a grávida não necessita de se deslocar a outro gabinete para ser internada na sala de partos", assinalando as vantagens ao nível da "rentabilização dos recursos humanos e um melhor desempenho das equipas, uma vez que, desta forma, o médico especialista pode focar-se noutras situações urgentes de diagnóstico médico".
De acordo com a ULS de São José, na MAC, os enfermeiros especialistas fazem anualmente cerca de 75% dos partos eutócicos - partos normais.
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