O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) só convocou serviços mínimos três minutos antes do início do último turno do dia da greve na função pública, a 4 de novembro.
Segundo a SIC Notícias, que teve acesso a informação do INEM, os serviços mínimos foram convocados num e-mail enviado às 15h57 - três minutos antes do início do último turno, que começava pelas 16h00. Terá sido apenas nesta altura que o instituto percebeu que faltariam os trabalhadores que eram necessários.
Neste e-mail, que foi enviado pelos Recursos Humanos, explica-se que os serviços mínimos não foram convocados pelos sindicatos, passando então a ser competência do INEM. A mensagem foi enviada a todos os trabalhadores e exigia que fossem cumpridas as escalas.
Sublinhe-se que o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) assumiu hoje que foi impossível cumprir os serviços mínimos durante a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar (TEPH), ao não conseguir obter uma escala acima dos 70% de trabalhadores.
"Apesar de nós termos emitido uma circular e contactado diversos trabalhadores, com muitos esforços, não conseguimos que a escala tivesse sido cumprida acima dos 70%", disse aos jornalistas Sérgio Janeiro, após ter-se reunido com a ministra da Saúde, Ana Paula Martins.
Questionado se os trabalhadores se recusaram a cumprir os serviços mínimos, Sérgio Janeiro disse que essa "situação vai ser avaliada e investigada".
Antes das declarações do presidente do INEM, a ministra da Saúde já tinha frisado que a tutela pediu, em acordo com a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), "uma inspeção aos serviços mínimos para que não restem dúvidas".
As falhas no socorro por parte do INEM já serão responsáveis por 11 mortes nas últimas semanas e motivaram até ao momento sete inquéritos no MP, um dos quais já arquivado. Há ainda um inquérito em curso da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
Os alegados atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM, foram intensificados por uma greve de uma semana às horas extraordinárias dos técnicos de emergência pré-hospitalar, que pedem a revisão da carreira e melhores condições salariais.
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