De acordo com o relatório de contas e sustentabilidade da EDA, consultado pela agência Lusa, em 2023 o resultado líquido da empresa foi de cerca de 17 milhões de euros, registando um crescimento de quase cinco milhões de euros face aos cerca de 12 milhões de 2022.
O passivo da elétrica açoriana cresceu 5,8%, de 460,2 milhões em 2022 para 486,8 milhões em 2023, enquanto o total de capitais próprios e passivo foi de 765,2 milhões de euros no ano passado, contra 718,7 milhões, o que representa um aumento de 6,5%.
A empresa, de capitais maioritariamente públicos, sustenta que 2023 "inclui factos extraordinários que, pelo seu valor, têm um impacto muito relevante nos resultados".
A EDA exemplifica com "o mais significativo", que "resulta da correção à compensação tarifária do ano de 2022, cujo valor final foi publicado pela ERSE - Entidade Reguladora do Setor Energético, a 15 de dezembro de 2023, e que representa num impacto positivo no resultado de cerca de 5,1 milhões de euros".
Os resultados foram também "influenciados pela indemnização de 2,6 milhões de euros na sequência da avaria ocorrida no último trimestre de 2021 na Central Geotérmica do Pico Vermelho".
"Sem estes factos extraordinários, o resultado líquido do grupo situar-se-ia nos 9,3 milhões de euros, próximo da previsão realizada", sustenta a EDA.
Segundo o documento, o volume de negócios foi de 271,6 milhões de euros, contra os 257,3 milhões de 2022.
A EDA revela que o custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas sofreu um decréscimo de 2,9% face a 2022, tendo totalizado 129,9 milhões de euros em 2023 (133,8 milhões no ano anterior).
A descida dos preços do Brent no ano passado, é referido, "refletiu-se nos custos com combustíveis utilizados na produção de energia elétrica, que atingiram 79,1 milhões de euros em 2023, uma descida de 12,8% em relação ao ano anterior (90,7 milhões de euros)".
O relatório aponta, por outro lado, que os gastos com o pessoal ascenderam a 35,5 milhões de euros, em 2023, o que "traduz um aumento homólogo de 2,2 milhões de euros, reflexo da atualização salarial e de carreiras".
Foi também registado um acréscimo de 224% nos encargos financeiros suportados (juros, comissões e impostos) referentes aos empréstimos contraídos pela empresa, devido "ao aumento das taxas de juro diretoras do Banco Central Europeu, influenciando assim o custo médio de financiamento" da empresa.
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