Celeste Caeiro "será, certamente, condecorada a título póstumo"
A mulher que transformou o cravo no símbolo do 25 de Abril de 1974 morreu esta sexta-feira aos 92 anos no Hospital de Leiria. Marcelo Rebelo de Sousa vai condecorá-la a título póstumo.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
Aos 92 anos, morreu Celeste Caeiro, a mulher que se eternizou no 25 de Abril de 1974 ao distribuir cravos pelos militares - num ato que acabou por se tornar símbolo da Revolução. O Presidente da República pretendia condecorá-la - o que não foi possível em vida - mas, à margem da Cimeira IberoAmericana, no Equador, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que o fará (agora a título póstumo).
Em declarações à RTP, no final da Sessão Plenária, o chefe de Estado foi instado a comentar a perda desta personalidade emblemática, referindo que recebeu "a notícia com muita tristeza".
"Eu estive com ela, depois combinámos uma ida a Belém para a condecoração, ela não pôde - uma ou duas vezes, caiu doente", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa. "Será, certamente, condecorada a título póstumo", garantiu.
Celeste Caeiro soube da vontade de a condecorar, tendo ficado "muito feliz com a notícia". "Infelizmente, não pôde receber as insígnias em vida".
Recorde-se que a mulher que transformou o cravo no símbolo do 25 de Abril de 1974, Celeste Caeiro, morreu esta sexta-feira aos 92 anos no Hospital de Leiria.
A neta, Carolina Caeiro Fontela, confirmou à Lusa que a avó morreu hoje de manhã no Hospital de Leiria devido a problemas do foro respiratório, lamentando que esta nunca tenha sido homenageada em vida.
Em abril passado, por ocasião das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril de 1974, ambas, residentes em Alcobaça, esclareceram as lacunas da história: "Há muita gente que ainda pensa que foi uma florista [que deu um cravo a um soldado], mas a minha avó não era florista", disse a neta à Lusa, lembrando que Celeste trabalhava num 'self-service' no edifício Franjinhas, na Rua Braamcamp, em Lisboa.
Na sessão solene das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, o deputado do Livre e historiador Rui Tavares pediu que o Parlamento homenageie as mulheres do país através da estátua de Celeste, que saiu com uma braçada de cravos no dia 25.
Por proposta do PCP, a Câmara de Lisboa aprovou por unanimidade, no dia 7 de maio, homenagear-se Celeste Caeiro com a atribuição da medalha de honra da cidade de Lisboa e a realização de uma "intervenção evocativa, a ser implantada num espaço público", o que ainda não aconteceu.
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