Perto de 70 artistas cedem obras para leilão solidário pela Palestina

Obras de perto de 70 artistas vão ser leiloadas no próximo dia 30, em Coimbra e Porto, numa ação de apoio à ajuda humanitária à Palestina, anunciou hoje o movimento Palestina, Meu Amor, que reúne artistas das duas cidades.

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© Dawoud Abo Alkas/Anadolu via Getty Images

Lusa
18/11/2024 14:39 ‧ 18/11/2024 por Lusa

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Palestina

Alexandre Rola, André Cepeda, Ana Fróis, Bárbara Fonte, Cristina Troufa, Eliana Pinto, Filipe Romão, Francisco Laranjeira, João Gonzalez, Marcelo Moscheta, Miguel Januário, Nuno Sampaio são alguns dos artistas que cederam obras para o leilão que tem como destinatário The Sameer Project, responsável pelo campo Refaat Alareer, no centro de Gaza.

 

As obras vão estar em exposição no Porto e em Coimbra, antecedendo o leilão solidário a decorrer em simultâneo nas duas cidades, disseram os promotores à agência Lusa. Também podem ser vistas na página o grupo, no Instagram.

No Porto, a mostra estará nas galerias Mira, nos dias 29 e 30. A sessão de abertura, no primeiro dia, às 21:30, vai contar com a intervenção do arquiteto Pedro Levi Bismarck, seguida de leitura de poesia palestiniana, por Alexandra Cordeiro e Fernando Mota, dos Sinais de Cena. As portas para a exposição, no dia 30, abrem às 15:00, com o leilão a ter início às 17:30.

Em Coimbra, as obras estarão expostas na Cervejaria da Fábrica, nas Galerias Topázio, a partir de dia 28. No dia 30, a sessão abre às 16:30, com intervenções da arquiteta Luísa Bebiano, autora de uma das peças a leilão, do fotojornalista João Sousa, recém-repatriado de Beirute, e de João Barreira, do movimento Coimbra pela Palestina. O leilão realiza-se em simultâneo com o Porto, a partir das 17:30.

No Porto serão leiloadas 50 obras; em Coimbra, 25. João Paulo Serafim, Luís Troufa, Maria Durão, Mário Bismarck, Miss Patrice, Pilar Mackenna, Reia, Sílvia Simões e Teixeira Barbosa são outros artistas que participam no projeto.

A angariação de fundos destina-se a ajuda humanitária na Palestina - água, comida, tratamentos médicos, tendas -, e a receita "reverterá na totalidade" para as iniciativas do The Sameer Project, liderado por palestinianos na diáspora, em articulação com estruturas locais, afirma o grupo Palestina, Meu Amor.

The Sameer Project é responsável pelo acampamento Refaat Alareer, no centro de Gaza, destinado a "abrigo e apoio especializado a famílias deslocadas", promove distribuição de alimentos, medicamentos, abrigos e apoio psicológico, pelo território, tendo em conta situações "mais vulneráveis: mulheres perinatais e neonatais de alto risco, crianças com deficiências físicas ou mentais, adultos com necessidades especiais, feridos de guerra e doenças crónicas", lê-se no seu 'site'.

O objetivo da organização é "servir a população mais crítica com serviços e instalações personalizadas", e aliviar "a sobrecarga do sistema hospitalar", numa articulação com estabelecimentos de saúde e organizações não governamentais, "para acomodar os casos mais urgentes enquanto aguardam resgate pela Organização Mundial de Saúde."

The Sameer Project tomou forma há cerca de um ano, tendo realizado as primeiras ações em dezembro de 2023. As suas contas estão disponíveis 'online', incluindo ações finais de apoio, número de pessoas envolvidas e necessidades a que responderam.

O projeto surgiu na sequência do ataque do Hamas de 07 de outubro de 2023, que causou mais de 1.200 mortos, e da subsequente retaliação de Israel à Faixa de Gaza, numa campanha militar que causou 43.800 mortos, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas.

O grupo Palestina, Meu Amor, através da porta-voz Laura Manuel, disse à agência Lusa que a escolha do projeto Sameer se prendeu com a opção de canalizar o resultado do leilão para uma organização que desse "apoio diário e direto às famílias desalojadas em Gaza". "Seguíamos há algum tempo o seu trabalho [em Gaza], através do Instagram [...], e optámos por eles".

Em dezembro, o Palestina, meu Amor realiza mais duas ações com o projeto Sameer por beneficiário: uma Oficina de Tatreez (bordado palestiniano), por Rita Alsalaq, no dia 07, no Porto; e um bazar de arte, em Coimbra, no dia 14, com obras doadas por outros artistas, numa parceria com o coletivo InspirArte.

Leia Também: Mais de cem pessoas detidas em Berlim em manifestação pró-Palestina

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