Conflitos globais tornam Aliança das Civilizações "mais útil que nunca"

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, defendeu hoje que a Aliança das Civilizações "é mais útil do que nunca", num tempo de proliferação de conflitos, bem como o papel da ONU, que deve renovar o Conselho de Segurança.

Notícia

© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
26/11/2024 17:03 ‧ há 2 horas por Lusa

País

MNE

Falando no Fórum da Aliança das Civilizações, no concelho de Cascais, o chefe da diplomacia portuguesa lembrou os conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente, mas também no Sudão, Sahel, Congo, Myanmar e Haiti, "resultantes da incompreensão dos seus autores", para sustentar que, 20 anos após a sua criação, a Aliança das Civilizações, "mais do que nunca, é necessária, é útil, é amiga da humanidade".

 

Paulo Rangel advertiu que, "numa altura em que a ordem multilateral, baseado em princípios e valores, é atacada e posta em causa", os "amigos da paz" devem defender a organização, reiterando o apoio ao sistema das Nações Unidas.

"Nada disso quer dizer que não haja lugar para renovação, para modernização das Nações Unidas, desde logo no Conselho de Segurança, cuja composição deve ser mais representativa, cujos trabalhos devem ser mais transparentes e cuja capacidade de execução deve ser bem maior", observou o governante, recordando que Portugal é candidato a membro não permanente do organismo no biénio 2027-2028.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, "não há paz sem direitos humanos, não há paz sem desenvolvimento sustentável", constituindo três pilares das Nações Unidas "intimamente ligados e que se reforçam mutuamente", e a Aliança das Civilizações fornece um "instrumento concreto", apontando o diálogo intercultural e inter-religioso para "combater os extremistas".

"A Aliança ensina que as diferentes comunidades com fé, as crenças, origens éticas, culturais distintas, mesmo que partilhando um território comum, não têm de levar e não levam necessariamente ao conflito", disse Rangel, numa alusão ao conflito no Médio Oriente.

Nesse sentido, invocou ainda o ex-presidente português Jorge Sampaio, que foi o primeiro alto representante da Aliança das Civilizações, para defender que a organização "ensina que é possível a coexistência e que o diálogo gera frutos", tratando-se de uma "urgência humanitária que não pode ser adiada".

O Centro de Congressos do Estoril, no concelho de Cascais, acolhe o 10.º Fórum Global da Aliança das Civilizações das Nações Unidas (UNAOC), que conta com a presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, e de dezenas de ministros dos Negócios Estrangeiros, altos funcionários de organizações internacionais, bem como de vários ex-chefes de estado e de governo.

Leia Também: Alemanha diz que cessar-fogo no Líbano pode ser alcançado

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas