O Procurador-Geral da República (PGR), Amadeu Guerra reiterou, esta sexta-feira, que "os arguidos utilizam os meios que a lei tem à sua disposição", quando questionado sobre o processo da operação Marquês.
O antigo diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) recusou tecer comentários sobre os novos dados do caso após o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) ter rejeitado, mais uma vez, na quinta-feira, 28 de novembro, o pedido do ex-primeiro-ministro José Sócrates para afastar os desembargadores Francisco Henriques e Adelina Barradas de Oliveira, da Relação de Lisboa da Operação Marquês.
"Não me vou pronunciar sobre um processo concreto. Tanto mais que esse processo é um processo que foi dada a acusação há muitos anos - e isso é que é importante aqui no que diz respeito ao Ministério Público. Naquela altura fomos, aí sim, pressionados, mas também continuámos a fazer o nosso trabalho. Houve uma pressão muito grande porque não deduzíamos a acusação, que fizemos três anos depois da prática dos factos, em outubro de 2017, e já lá vão uns anos longos - e essa abordagem é que devia ser feita pela comunicação social", afirmou, em declarações aos jornalistas, junto ao Tribunal de Leiria, esta sexta-feira.
Recorde-se que Amadeu Guerra assumiu a liderança do DCIAP, em 2013, durante o mandato de Joana Marques Vidal como Procuradora-Geral da República, tendo este departamento investigado o caso da Operação Marquês, que tem como principal arguido José Sócrates.
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