Os Sindicatos que representam os Bombeiros Sapadores garantiram aos operacionais, à saída da reunião com o Governo, entretanto suspensa pelo Executivo por "falta de segurança", que não vão ceder à pressão e vão continuar a lutar pelas "linhas vermelhas" combinadas.
"Enquanto o Governo não aceitar negociar e ir ao encontro das nossas linhas vermelhas, nós não vamos ceder, não vamos baixar a guarda. A proposta que nos chegou à mesa continua a não satisfazer aquilo que os bombeiros querem", começou por salientar António Pascoal, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa.
Assim, segundo o responsável, os sindicatos estão prontos para voltar à mesa das negociações. "Vamos continuar, vamos novamente lá para dentro e vamos continuar a negociação, se o Governo assim o entender", afirmou.
Já aos jornalistas, António Pascoal contou que "as negociações estavam a decorrer", apesar de não estarem satisfeitos, quando o Governo decidiu suspender o encontro. Os representantes dos bombeiros não acham que haja razões para tal, por isso esperam "voltar à negociação de imediato". "É isso que vamos para dentro fazer", atirou o responsável.
Sobre as negociações, António Pascoal sublinhou que os bombeiros reduziram "as propostas iniciais significativamente" por isso esperam "agora que da parte do Governo venha a boa vontade que até agora ainda não existiu".
Já quanto ao protesto de mais de três centenas de bombeiros junto ao edifício Campus XXI, onde se realizava a reunião, António Pascoal recusou a ideia de ser uma "manifestação", garantindo que é apenas uma "concentração de bombeiros que querem saber informação sobre aquilo que se está a passar lá dentro".
"Como sempre aconteceu em todas as reuniões que tivemos, os bombeiros acompanham e apoiam [os sindicatos]", lembrou.
De acordo com a Lusa, pelo menos três centenas de Bombeiros Sapadores e profissionais participam no protesto e contestam ao som de gritos e petardos, o que classificam como "falta de respeito" pela classe.
A concentração dos Sapadores começou em Alvalade e o grupo de bombeiros, todos fardados e muitos com capacetes, percorreu a Avenida de Roma em passo lento, gritando palavras de ordem contra o Governo e disparando petardos e fumos.
Em redor do edifício Campus XXI, onde se encontra a sede do Governo, estava desde as 8h um forte dispositivo das autoridades, incluindo várias carrinhas da Unidade Especial de Polícia.
Já na Avenida Joao XXI, os bombeiros correram de forma desordenada e pararam junto ao edifício gritando "Sapadores" e "exigimos respeito".
O grupo foi encaminhado para as traseiras do Campus XXI, onde houve nova concentração, com vários petardos lançados contra as portas fechadas do edifício.
Na manifestação, sempre com a palavra de ordem #sapadores em luta, podiam ver-se várias faixas com frases como "Enquanto salvamos vidas o Governo brinca com as nossas" ou "Somos heróis do povo esquecidos pelo Governo"
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