O almirante Henrique Gouveia e Melo considerou, esta segunda-feira, "insignificante" a questão sobre a saída da Marinha e a passagem direta à reserva, preferindo, à chegada de uma missão, destacar o trabalho dos militares.
"A pergunta deve ser dirigida ao que estes homens fantásticos acabaram de fazer. Setenta e um dias em missão dificil ao serviço de Portugal, da União Europeia e da NATO. Se passo ou não à reserva é totalmente insignificante", afirmou aos jornalistas Gouveia e Melo.
Contudo, em declarações à Rádio Renascença, o almirante justificou que a mudança de ideias se deve ao facto de continuar no ativo lhe retirar "alguma liberdade" nos seus "direitos cívicos".
O ainda chefe do Estado-Maior da Armada esclareceu que o dia em que terminará funções não será definido por si.
"Em princípio, o meu mandato de três anos acaba no dia 27 de dezembro e, depois de terminar o meu mandato, claramente, passarei à reserva", explicou o almirante.
Ainda assim, Gouveia e Melo sublinhou que "nada disto" significa que decidiu avançar com uma candidatura à Presidência da República.
"Não significa nada disso e eu, sobre esse assunto, mais uma vez, digo que não falo enquanto estiver no ativo. A única coisa que digo é que passarei a reserva. Faz parte da minha carreira e no fim de terminar a minha carreira é natural que passe à reserva", acrescentou o chefe do Estado-Maior da Armada.
A SIC Notícias tinha avançado, esta segunda-feira, que o almirante deverá passar à reserva já no final deste mês de dezembro, abrindo caminho para o anúncio precoce de uma eventual candidatura presidencial. Isto porque o militar "não vê qualquer benefício" em manter-se no ativo até março, tal como estava previsto.
Ao abandonar o cargo de chefe do Estado-Maior da Armada, Gouveia e Melo poderá anunciar mais cedo uma eventual candidatura a Belém. De acordo com a SIC Notícias, o almirante deverá descansar em janeiro mas, em fevereiro, o caminho estará 'livre'.
Recorde-se que Gouveia e Melo é apontado como candidato às eleições presidenciais mas, até ao momento, não confirmou definitivamente qualquer posição. O almirante informou no final de novembro o Conselho do Almirantado da sua indisponibilidade para continuar na chefia do Estado-Maior da Armada, terminando o mandato em dezembro, de acordo com fontes militares ouvidas pela Lusa.
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