"Estamos juntos neste barco", afirmou Ana Paula Martins, após José Manuel Silva ter reclamado a necessidade de o município "aumentar as receitas para poder aumentar a despesa".
Esta troca de queixas e respostas ocorreu durante a cerimónia de assinatura da terceira adenda ao auto de transferência da Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro, com o número 003/2023, realizada no novo Centro de Saúde Fernão de Magalhães, na avenida do mesmo nome.
O autarca alegou que a população de Coimbra cresceu nos últimos anos, acompanhando a criação de emprego, e que, no concelho, as verbas disponibilizadas pelo Estado para a saúde ao abrigo da descentralização ficam aquém do necessário.
O défice do município no setor da saúde ultrapassa atualmente um milhão de euros, sublinhou.
Este aumento de despesas "vai colocar mais pressão" sobre o orçamento da autarquia, "já para não falar dos gastos indiretos".
"A contratação pública aumentou exponencialmente com o processo de descentralização", alertou José Manuel Silva, lamentando ter havido "efeitos paralelos que não foram avaliados em devido tempo".
"Temos esta matéria muito bem reconhecida e estamos aqui para resolver problemas. Temos de encontrar uma solução", respondeu a ministra da Saúde, sem adiantar mais detalhes.
Ana Paula Martins disse, por outro lado, que a construção da nova maternidade de Coimbra é uma obra que o Governo de Luís Montenegro encara como "urgente e prioritária" para a cidade e a região.
Intervieram também na sessão o presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, Alexandre Lourenço, o vogal da ARS do Centro Mário Ruivo e o coordenador da Unidade de Saúde Familiar (USF) Coimbra Centro, Luís Azeredo Paixão.
A ministra da Saúde não prestou declarações aos jornalistas no final da cerimónia.
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