A Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) revelou, esta terça-feira, que "não recebeu qualquer queixa por abuso policial ou algo similar" devido à atuação da Polícia de Segurança Pública (PSP) durante a polémica "operação especial de prevenção criminal" no Martim Moniz, em Lisboa, mas deu conta que, "por sua iniciativa", abriu um "processo administrativo".
"Com solicitação de informações à PSP sobre a referida operação", revelou ao semanário Expresso o juiz desembargador Pedro Figueiredo, inspetor-geral da Administração Interna.
Em causa estão as controversas imagens, difundidas pelas televisões e redes sociais, que mostram uma fila de pessoas viradas para a parede, sob supervisão da polícia, durante a operação da PSP na Rua do Benformoso, no Martim Moniz.
A ação aconteceu na passada quinta-feira, durante a tarde, com um forte dispositivo policial a cercar rua onde há uma grande comunidade de cidadãos do subcontinente indiano e a revistar centenas de pessoas, tendo detido duas.
A operação da PSP tem sido criticada por associações de imigrantes, grupos antirracistas e várias forças políticas, que acusam a força policial de estar ao serviço da propaganda do governo contra os cidadãos estrangeiros irregulares.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também considerou que as ações da polícia devem ser feitas com recato.
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