O ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, garantiu, esta terça-feira, que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, "não tem nada a esconder" e que, por isso, pediu à Entidade para a Transparência que edite "todo o seu património".
"Nós não queremos indigentes na política, queremos homens e mulheres que tenham vida antes e vida depois da política. Imagine que o senhor primeiro-ministro tinha outro tipo de empresa que não esta de consultoria… um restaurante, uma mercearia ou uma farmácia. A vida continua", disse o ministro em entrevista ao canal NOW.
Pinto Luz defendeu que é necessário "declarar até ao ínfimo pormenor" o património de Luís Montenegro, bem como "os seus interesses" para que possa "pedir escusa sempre que for necessário".
Neste sentido, o ministro destacou que Luís Montenegro "não tem nada a esconder" e, por isso, decidiu pedir à Entidade para a Transparência que audite as suas declarações.
"Isto é mostrar, abrir, escancarar a vida do primeiro-ministro. O primeiro-ministro não tem nada a esconder e só tem um objetivo: que fique tudo esclarecido ao mais ínfimo pormenor para prosseguir com o mandato e cumprir o programa", atirou.
Na noite de segunda-feira, o primeiro-ministro anunciou que vai pedir à Entidade para a Transparência que audite a conformidade das suas declarações e respetiva evolução, assegurando ter cumprido todas as obrigações declarativas.
O anúncio surgiu após o Correio da Manhã ter noticiado que o primeiro-ministro utilizou "várias contas à ordem de valor inferior a 41 mil euros, que a lei não obriga a declarar, para pagar a casa que comprou em Lisboa, em 2024", enquanto a revista Visão avançou que Luís Montenegro "infringiu as regras de declaração de rendimentos" à Entidade para a Transparência.
O PCP entregou no Parlamento no domingo uma moção de censura ao Governo - 12 dias depois de o Chega ter apresentado outra, entretanto chumbada -, depois de, no sábado, o primeiro-ministro ter feito uma declaração ao país na qual admitia avançar com uma moção de confiança ao Governo se os partidos da oposição não esclarecessem se consideram que o executivo "dispõe de condições para continuar a executar" o seu programa.
Montenegro fez esta declaração após ter sido noticiado que a empresa Spinumviva - até sábado detida pela sua mulher, com quem é casado em comunhão de adquiridos, e filhos -, recebe uma avença mensal de 4.500 euros do grupo Solverde por "serviços especializados de 'compliance' e definição de procedimentos no domínio da proteção de dados pessoais".
Leia Também: Marcelo reuniu-se esta terça-feira com Montenegro no Palácio de Belém