Lusiaves suspende quatro funcionários por maus-tratos a animais

Empresa garante que situação já está a ser avaliada e que "não representa nem a cultura da empresa nem a postura dos seus mais de 4.500 colaboradores". Os envolvidos foram alvo de processos disciplinares.

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© REUTERS/Nick Oxford

Notícias ao Minuto
04/03/2025 10:48 ‧ há 3 horas por Notícias ao Minuto

País

Aves

A Lusiaves já reagiu à acusação da organização não-governamental (ONG) Frente Animal de maus-tratos a animais.

 

Num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a empresa, que é uma das principais fornecedoras de frango em Portugal, começa por revelar que algumas das imagens divulgadas pela ONG "não correspondem à exploração 'Quinta de Matinhos' nem a outras explorações" da Lusiaves, como é o caso de uma "situação em que aparecem centenas de aves mortas".

Porém, admite que foram detetadas situações que levaram a que fossem instalados processos disciplinares a quatro pessoas "que se encontravam a laborar na exploração em causa nos dias 6 e 7 de novembro de 2024", altura em que as imagens terão sido registadas.

Garante a Lusiaves que "logo no dia em que teve conhecimento das imagens, a empresa procedeu à abertura de um processo de inquérito" que visou apurar toda a verdade, assim como "reforçar a implementação e monitorização das medidas que se encontram definidas no âmbito da política de bem-estar animal, bem como a implementação de medidas adicionais por forma a assegurar o cumprimento dos elevados standards de bem-estar animal que caracterizam as nossas explorações".

Por isso, inquiriram "várias pessoas" e concluíram que há "indícios de práticas contrárias ao bem-estar animal, cometidas à total revelia da empresa".

"Situação grave" pode ter medidas mais gravosas

"Os respectivos autores foram imediatamente objecto dos respectivos processos disciplinares e aplicada a medida de suspensão de funções, sem prejuízo da aplicação de medidas mais gravosas aquando das conclusões dos processos disciplinares, as quais, face à gravidade da situação, ocorrerão garantidamente ainda esta semana", esclareceu a empresa.

A Lusiaves garante, no entanto, que, mesmo que fique provado que estes trabalhadores incorreram no crime de maus tratos a animais, "tal verificação será, inquestionavelmente, um episódio isolado e imputável a pessoas certas e determinadas que atuaram completamente à revelia da empresa e contra as suas orientações".

"Eventuais comportamentos contrários às orientações da empresa por parte de quatro pessoas não representam nem a cultura da empresa nem a postura dos seus mais de 4.500 colaboradores, cujo profissionalismo tem sido reconhecido ao longo de 39 anos de história", salienta a empresa no mesmo comunicado.

Por fim, a Lusiaves afiança que "na sequência das imagens vindas a público, as instalações do Grupo foram imediatamente objeto de inúmeras auditorias-surpresa, por parte das entidades públicas competentes e das entidades certificadoras, as quais não detetaram qualquer incumprimento das normas de bem-estar animal".

Recorde-se que, no passado mês de dezembro, a Frente Animal acusou a cadeia de super e hipermercados Pingo Doce de recorrer a fornecedores responsáveis por maus-tratos a frangos e esta segunda-feira divulgou que o fornecedor em questão é o Grupo Lusiaves.

A ONG acusa a empresa de violar as regras de bem-estar animal e divulgou imagens de animais a serem mortos paulada. Os que sobrevivem, diz, "foram abandonados com ferimentos extremamente graves", "misturados com cadáveres". 

Além disso, refere, os animais são "deixados para trás, sem água nem comida", "atropelados por empilhadores" e "encontrados a morrer lentamente e em agonia".

As imagens, a que o Notícias ao Minuto teve acesso e optou por não divulgar, foram obtidas por meio de uma parceria com a ONG espanhola ARDE, e terão sido captadas no início de novembro de 2024 numa quinta do Grupo Lusiaves, em Figueira da Foz, Coimbra, segundo a Frente Animal. 

Leia Também: ONG acusa Grupo Lusiaves de maus-tratos e mostra animais mortos à paulada

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