PAN acusa Montenegro de incoerência e diz que "passe das palavras à ação"

A porta-voz do PAN acusou hoje o primeiro-ministro de "dizer uma coisa no Natal e fazer outra durante o ano todo" e apelou ao Governo que "passe das palavras à ação" para responder aos "desafios prementes para 2025".

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Lusa
26/12/2024 13:19 ‧ há 14 horas por Lusa

Política

PAN

Em declarações aos jornalistas na sede do PAN, em Lisboa, em reação à mensagem de Natal do primeiro-ministro, Luís Montenegro, Inês de Sousa Real considerou que os problemas "estão há muito diagnosticados" e continuam a ser sentidos em "todos os natais", sublinhando a necessidade de serem resolvidos.

 

A líder do PAN defendeu que "não vale a pena Luís Montenegro dizer que está ao lado de profissionais como os polícias, bombeiros, professores e, no momento de votar, permitir que a sua bancada, o PSD, vote contra a valorização destes profissionais".

Sousa Real disse também "não se emocionar" quando o primeiro-ministro "vem falar dos combate às alterações climáticas" ou proteção animal, porque, acrescentou, o PSD opõe-se no parlamento às medidas apresentadas pelo PAN para combater a pobreza energética ou inscrever no Orçamento do Estado as verbas destinadas especificamente à proteção animal.

A porta-voz do PAN apelou ao executivo para que "passe das palavras à ação" em 2025, por força, exemplificou, do contexto de guerra, das alterações climáticas ou para responder a problemas sociais como a pobreza, a imigração ou a segurança.

A líder do PAN disse ainda que esta mensagem de Luís Montenegro mostra uma postura populista e "falta de empatia no que diz respeito à segurança e à imigração", lembrando que Portugal "sempre foi um país que soube receber" imigrantes e sublinhando a importância de integrar estas pessoas e o seu papel em diversos setores da economia nacional.

Sousa Real lamentou ainda que o primeiro-ministro tenha "passado ao lado" da resposta ao crime de violência doméstico, que considerou ser "um dos maiores flagelos que atinge as famílias portuguesas, em particular as mulheres e as crianças".

A porta-voz do PAN lamentou também que o país dê o que considera serem "respostas absolutamente indecentes" às grávidas que se dirigem aos hospitais do SNS, considerando "absurdo" e fora dos padrões de um país democrático que uma mulher grávida "tenha de estar a ligar quando chega a um hospital".

Sousa Real defendeu que o Governo está a perder uma oportunidade "por força de um equilíbrio orçamental que existia" de chegar a "quem mais precisa" e tornar a economia mais resiliente e sustentável e acusou Montenegro de falar de "forma redonda das alterações climáticas" para depois dar "borlas fiscais para quem mais lucra".

"Temos de ter uma sociedade mais empática, mais inclusiva, de maior respeito, mas também que promova, lá está, uma economia de maior resiliência do ponto de vista social e ambiental porque sem isso, Portugal não se conseguirá posicionar na dianteira como um país de futuro, de inovação como tem sido até aqui, e não num país de recuos, que é a agenda conservadora que nos traz Luís Montenegro e a AD", concluiu.

Na sua primeira mensagem de Natal enquanto primeiro-ministro, Luís Montenegro defendeu que 2024 foi "um ano de viragem e de mudança" e assegurou que a "nova política de baixar os impostos e valorizar os salários e as pensões" está a ser realizada "com rigor e equilíbrio orçamental".

Montenegro inclui nas prioridades para o futuro a promoção de uma "imigração regulada" e o combate à criminalidade - sem ligar os dois temas -, a par do reforço dos serviços de saúde, educação, transportes e da execução do "maior investimento em habitação pública desde os anos 90".

Leia Também: Montenegro vive num país diferente de "99% dos portugueses"

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