"De facto, passa por olharmos para a CREP [também denominada A41] como um instrumento de mobilidade, sobretudo dos pesados, e dos pesados de mercadorias, e isso, a ser assim e a consumar-se, vai significar um passo de gigante que é dado com coragem por parte do Governo e do ministro [das Infraestruturas e Habitação] Miguel Pinto Luz", disse hoje aos jornalistas Eduardo Vítor Rodrigues, na sede da AMP.
Eduardo Vítor Rodrigues falava à margem da cerimónia de assinatura da escritura da Transportes Metropolitanos do Porto (TMP), empresa constituída para gerir o sistema de bilhética Andante e a rede de autocarros Unir.
O também autarca socialista de Vila Nova de Gaia disse que a solução "vai consumar aquilo que há vários anos os autarcas da Área Metropolitana do Porto vêm pedindo", e, questionado sobre se a solução visava desportajar os pesados na CREP, o autarca admitiu que "não será apenas" isso.
"Nós fomos contactados pelo ministro, temos estado a trabalhar, no fim a decisão é uma decisão do Governo e do ministro, e portanto ir mais longe já me inibo, porque acho que quem tem de apresentar a solução é mesmo o Governo", indicou.
Porém, o autarca considerou que "a solução é boa" e "sistémica, no sentido de não significar apenas uma medida isolada".
Questionado sobre se também haverá um ajustamento nas portagens na autoestrada A4 no Grande Porto, o líder da AMP disse que a retirada de portagens "significa sempre um trabalho que é, mais do que de mobilidade, de finanças, porque significa a alteração das regras de concessão".
"Muitas vezes aquilo que nós podemos ambicionar é complementar isso com portagens virtuais, por exemplo. Mas o Governo tem uma solução estudada. Acho que essa solução vai validar a solução que o presidente [da Câmara do Porto] Rui Moreira e eu próprio temos vindo a anunciar, ou a pedir e solicitar ao Governo", disse, sem concretizar totalmente qual será o anúncio do executivo.
Em causa está um estudo de 2020 que envolveu a Infraestruturas de Portugal (IP), a secretaria de Estado das Infraestruturas e as autarquias do Porto, Maia e Matosinhos que propunha a relocalização de algumas portagens na A4 e A28, mas que não chegou a avançar.
Segundo o autarca, "ouvir os operadores e as empresas que operam no transporte de mercadorias é muito importante, porque permitiu discutir com eles e fazer-lhes perceber que às vezes produzir mais quilómetros pode não significar ter mais despesa, pode significar tão só poupar em minutos".
A presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e presidente da Câmara de Matosinhos, Luísa Salgueiro, já tinha afirmado no início deste mês que o ministro das Infraestruturas tem reunido com os autarcas sobre o tema e que em breve deverá apresentar propostas.
Miguel Pinto Luz prometeu, em setembro, uma "solução definitiva" quanto ao tráfego na Via de Cintura Interna (VCI), no Porto, até final do ano passado, após se reunir com os autarcas da área metropolitana.
De acordo com o governante, o tema do trânsito na VCI e nas vias que a alimentam é uma "prioridade total" para o executivo PSD/CDS-PP, apesar de ainda não haver qualquer decisão definitiva tomada.
A 20 de novembro, em declarações ao Porto Canal, Pinto Luz reiterou que haverá uma solução para a VCI até ao final do ano mas que "pode ser, ainda, uma primeira fase da solução final".
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