Após críticas de Mondlane, Rangel diz ter 'fairplay': "Falaremos com ele"

O chefe da diplomacia portuguesa apontou que Moçambique tem agora uma "oportunidade" para a criação de consenso e reformas, e que Portugal está disponível para ajudar no que for preciso - sem "interferir na soberania de Moçambique".

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© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images

Teresa Banha
15/01/2025 14:34 ‧ há 2 horas por Teresa Banha

País

Moçambique

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, garantiu, esta quarta-feira, que Portugal estava "disponível" para ajudar Moçambique a entrar numa "agenda de consenso". Em resposta às críticas que Venâncio Mondlane, que concorria contra Daniel Chapo, lhe deixou, o ministro disse que "falaria com ele", mas não desvendou quando seria este encontro.

 

Em declarações aos jornalistas após a tomada de posse de Chapo, Rangel começou por dizer que em relação á política interna de Maputo, o "processo de diálogo já começou, mas agora tem de ter um novo fôlego, um diálogo inclusivo, com todas as forças e protagonistas da oposição"

"Que esse diálogo leve a uma reconciliação nacional deste processo muito traumático, ficaram algumas feridas", disse, apelando a que algumas reformas sejam consensualizadas e que "relancem uma democracia funcional e reconhecida por todos".

Sublinhando que a confiança é "muito importante", Paulo Rangel falou da importância da lei eleitoral. "Houve aqui um processo eleitoral que não correu bem. A reforma da lei eleitoral é um sinal de que ser construir uma democracia funcional para futuro", detalhou, garantindo que o Governo português vai 'chegar' a todos os intervenientes, incluindo Venâncio Mondlane: "Também falaremos com ele, com certeza. Está previsto falar com todos. A predisposição de Portugal é sempre ajudar. De maneira nenhuma queremos interferir na soberania de Moçambique, mas achamos que há aqui uma oportunidade para se criar uma agenda de consenso, de reformas institucionais, económicas e sociais".

Questionado sobre se a conversa com Mondlane seria um encontro marcado para breve, nas próximas horas, Rangel não detalhou, dizendo: "Está previsto que isso aconteça, a seu tempo falaremos".

Em relação às críticas que Venâncio Mondlane lhe fez, Rangel disse que as acolheu com "um grande 'fairplay'". Dizendo que compreende "que neste contexto as pessoas expressem as suas opiniões livremente", Rangel garantiu que a atitude de Portugal é "muito construtiva".

Durante as suas declarações, Rangel foi também questionado com a mensagem que a sua ida, como ministro (e consequente ausência do Presidente ou primeiro-ministro, cuja ida também seria possível), transmitia. "Para nós Moçambique é um país-irmão, que faz agora 50 anos de independência, e portanto, com o qual nós mantemos relação e temos uma grande comunidade portuguesa, muito vibrante", afirmou.

"Há um laço afetivo enorme entre os dois povos, como se vê pelo seguimento deste processo eleitoral em Portugal e pela sua repercussão", explicou ainda, reforçando que iria estar com a comunidade portuguesa no país ainda hoje, comunidade esta que também "contribui para o desenvolvimento e prosperidade portuguesa de Moçambique".

Paulo Rangel vai a tomada de posse de Daniel Chapo. Marcelo, afinal, não

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Na sexta-feira, o chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que aguardava uma proposta do Governo português sobre uma eventual ida sua à posse de Daniel Chapo, possibilidade agora afastada.

Lusa | 13:52 - 13/01/2025

E em junho? "Portugal não pode deixar de fazer [visita] e não pode deixar de fazer ao mais alto nível"

Ainda em relação a ausências, nomeadamente a do Presidente da República, Rangel lembrou que o Marcelo Rebelo de Sousa fez chegar hoje uma mensagem ao seu homólogo moçambicano, Daniel Chapo, na qual garantia a "todos os moçambicanos que podem sempre contar com os portugueses".

Na mesma missiva, Marcelo dava conta de que estaria presente no país em junho, aquando da celebração de meio século de independência. "É uma coisa que Portugal não pode deixar de fazer e não pode deixar de fazer ao mais alto nível", comentou Rangel.

[Notícia atualizada às 15h10]

Leia Também: "Cooperação". Marcelo presta apoio a Chapo (e vai a Moçambique em junho)

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