Não é "agradável" ver pessoas encostadas à parede, mas "PSP fez bem"

O primeiro-ministro reiterou hoje que ver pessoas encostadas à parede "não é uma imagem agradável" e preferia que "não fosse necessário", mas defendeu que "a PSP fez bem" na operação do Martim Moniz, em 19 de dezembro.

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Lusa
15/01/2025 17:06 ‧ há 2 horas por Lusa

País

Luís Montenegro

"Do ponto de vista da dignidade das pessoas, aquilo que vemos visualmente, as pessoas encostadas a uma parede com os braços no ar, não é uma imagem agradável. Mas eu assumi, e assumo outra vez, que apesar desse efeito visual, eu compreendi a ação da polícia, até presumia que ela se inscrevia - não falei com ninguém da polícia, foi assim que disse - naquilo que são as melhores técnicas policiais para a operação que estava ali a ser levada a cabo, que estava a ser conduzida por magistrados do Ministério Público", afirmou Luís Montenegro no primeiro debate quinzenal do ano, na Assembleia da República.

 

Em resposta ao líder do Chega, André Ventura, o primeiro-ministro indicou que aquelas pessoas "só estavam naquela situação" porque "estavam a ser revistadas e porque estavam, no âmbito da prevenção, a ser objeto de uma diligência para ver se tinham armas, drogas ou de elementos que indiciassem condutas criminais".

"Se me pergunta: 'tem prazer em ver pessoas encostadas à parede com os braços no ar? Claro que não, é essa a resposta", acrescentou.

Montenegro teria preferido que tal "não fosse necessário", apesar de compreender que "naquela circunstância tinha de ser mesmo assim".

Instado diretamente por André Ventura a avaliar a ação da polícia, o primeiro-ministro respondeu: "A PSP fez bem".

Luís Montenegro referiu também dados preliminares sobre segurança referentes a 2024 e disse que "pode até ter ocorrido uma diminuição das participações da criminalidade geral, mas continuou a haver um aumento da criminalidade violenta e grave, de crimes de roubo de viatura, roubo por esticão, violação, criminalidade grupal, delinquência juvenil, auxílio à imigração ilegal e outros crimes ligados à imigração ilegal".

O primeiro-ministro afirmou que "a perceção, ou aquilo que se designa mais tecnicamente o sentimento de segurança ou insegurança também existe" e que quando há um crime na via pública "não afeta só as pessoas envolvidas", como também "a tranquilidade e a segurança de cada pessoa".

Na sua intervenção, o líder do Chega instou o líder do executivo a especificar "porque não gostou" do que viu na operação policial de 19 de dezembro, na zona do Martim Moniz, em Lisboa, e acusou-o de tirar autoridade à polícia.

"Ao dizer, por um lado, que essas operações fazem bem, e por outro que não gosta de ver, está a tirar autoridade à polícia, está a tirar autoridade às forças de segurança, está a dar sinais errados ao país, quando sabe muito bem que já houve operações destas e parecidas com esta no Porto, em Braga, no Funchal, em Ponta Delgada, em todo o país", defendeu.

André Ventura disse também que gosta de ver "violadores, pedófilos, traficantes de droga, ladrões" encostados à parede e "arrastados no chão", por estarem "a atacar" os portugueses, tendo o líder do executivo alertado que quem foi encostado à parede eram pessoas "que estavam a passar" naquela zona e não condenados por qualquer crime.

Montenegro criticou o líder do Chega por procurar "exacerbar sentimentos de reação mais imediata e emocionais na base de argumentos que não são verdadeiros".

Nas perguntas ao primeiro-ministro, o presidente do Chega abordou ainda a polémica em torno do secretário-geral do Governo, questionando se "acha bem alguém ganhar 15 mil euros por mês neste país de salários e pensões miseráveis". E acusou o líder do executivo de ter tido "o desplante de dizer que o novo secretário-geral vai pagar para trabalhar" quando "vai ganhar seis mil euros por mês".

Tendo apenas alguns segundos disponíveis, o primeiro-ministro remeteu uma resposta mais para a frente, durante o período de respostas ao PSD.

[Notícia atualizada às 17h44]

Leia Também: Ministra defende operação no Martim Moniz e sublinha autorização do MP

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