Ativistas fixam placas toponímicas com nomes de mulheres na Covilhã

Um grupo de cerca de 40 jovens afixou em 25 ruas da Covilhã placas toponímicas com nomes alternativos para alertar para a invisibilidade da mulher no espaço público.

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© @coolabora_coop/Instagram

Lusa
17/01/2025 18:02 ‧ há 4 horas por Lusa

País

Covilhã

A intenção dos ativistas do Coolaboratório, grupo de jovens que reúne na cooperativa de intervenção social Coolabora, é estimular a reflexão sobre o direito à igualdade entre homens e mulheres.

 

"A representatividade é fundamental e as autarquias têm um papel central nos processos de inclusão, incluindo os simbólicos. Esta campanha foi criada para promover uma reflexão crítica sobre a invisibilidade das mulheres e a necessidade de igualdade", disse, em declarações à agência Lusa, Thaís Marcon, estudante de mestrado na Universidade da Beira Interior.

Para Catarina Pires, 20 anos, nas zonas centrais e nobres da Covilhã não há uma única artéria com nome de mulher, o que "ilustra claramente a invisibilidade das mulheres nos espaços públicos mais significativos".

"Esta ausência não é apenas um reflexo do passado, mas também um problema atual que perpetua a invisibilidade das mulheres e a falta de reconhecimento das suas contribuições para a sociedade", salientou Catarina Pires à agência Lusa.

O grupo criou placas toponímicas, com um grafismo semelhante às que existem na cidade, e deu-lhes nomes de mulheres locais, mas também de outras que lutaram pela liberdade, trabalhadoras, mulheres invisibilizadas ou que enfrentaram opressões, referiram.

Segundo Francisco Oliveira, membro do grupo, a intenção não foi abranger toda a cidade, no distrito de Castelo Branco, onde admitem que exista alguma rua que fuja à regra em alguma zona periférica.

"Quisemos mostrar que as ruas são quase todas a homenagear homens. Tivemos o cuidado de não mudar nomes de ruas que assinalassem eventos ou grupos, como a Rua dos Combatentes ou a Avenida 25 de Abril", acrescentou o estudante, de 20 anos.

Os jovens salientam que este é um exercício de cidadania para alertar a comunidade para a "hegemonia masculina" nos nomes das ruas da cidade e para levar à reflexão.

Na principal via comercial da cidade, junto à placa da Rua do Comendador Mendes Veiga surge uma outra, com o nome Rua Rosa Veiga, industrial dos lanifícios.

Outras aludem à Rua Maria Lurdes Parente Silva, presa política da PIDE; Rua Adelaide Cabete, médica; Rua Carolina Beatriz Ângelo, médica e a primeira mulher a votar em Portugal; Rua Celeste Caeiro, que distribuiu os primeiros cravos na revolução do 25 de Abril; Rua Maria de Lurdes Pintassilgo, primeira-ministra do V Governo Constitucional ou a Rua de Todas as Mulheres.

Veja as imagens na galeria acima.

Leia Também: Polícia acusada de obrigar ativistas a tirar roupa interior em Itália

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