António Gandra d'Almeida, diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), terá acumulado funções de diretor da delegação regional Norte do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) com as de médico tarefeiro nas Urgências de Faro e Portimão, tendo recebido milhares de euros, avança a SIC Notícias.
A estação, que diz ter tido acesso a documentos, escreve que a lei define que as funções são incompatíveis, mas António Gandra d'Almeida conseguiu que o INEM autorizasse com a garantia de que não receberia vencimento. Contudo, terá recebido mais de 200 mil euros pelos turnos, em que cada hora de trabalho era paga a 50 euros.
Os contratos com os hospitais eram celebrados com uma empresa que Gandra D'Almeida criou com a mulher e da qual era gerente. Os documentos diziam que os serviços médicos seriam prestados pelo cirurgião geral nas unidades hospitalares, estando também estabelecido o valor por hora.
No final do ano, recorde-se, António Gandra d'Almeida tinha estado envolvido numa outra polémica, que levou também à abertura de uma investigação por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS). Em causa está uma denúncia anónima, na qual António Gandra d'Almeida, que foi submetido a uma cirurgia plástica em outubro, foi acusado de de desrespeitar as regras das listas de espera, no Hospital de Vila Nova de Gaia.
Numa resposta enviada à agência Lusa em 31 de outubro, António Gandra d'Almeida já tinha esclarecido que "o processo e procedimento hospitalar foram cumpridos como se de qualquer outro utente se tratasse", sublinhando que "os pormenores clínicos são assuntos do foro exclusivamente privado".
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