Dez cirurgiões do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) demitiram-se "na sequência de uma situação de assédio laboral por parte de dois médicos de serviço". O caso denunciado pela Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que alertou para a "grave situação" que "coloca em risco os cuidados cirúrgicos a mais de 500 mil habitantes da região".
Segundo a FNAM, o assédio foi "praticado por dois médicos, um deles antigo diretor de serviço, que gerou um ambiente de instabilidade e limitou o exercício profissional de toda uma equipa".
"Apesar das repetidas denúncias, o Conselho de Administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora/Sintra e o Ministério da Saúde não tiveram qualquer intervenção capaz de resolver o problema", acusou o sindicato, frisando que "esta inércia revelou-se fatal para a manutenção de um serviço fundamental, privando a população destes dois concelhos do acesso a cuidados cirúrgicos".
Na sequência das demissões, "mais de mil consultas foram canceladas, sem previsão de nota data, afetando também o acompanhamento de doentes oncológicos".
Em comunicado, a FNAM exigiu "uma resposta imediata e concreta por parte do Ministério da Saúde liderado por Ana Paula Martins", considerando que não pode "continuar a desvalorizar situações e denúncias de assédio laboral no Serviço Nacional de Saúde".
O Notícias ao Minuto contactou o Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca para obter esclarecimentos sobre a denúncia da FNAM, mas, até ao momento, não teve resposta.
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