O deputado do Chega Miguel Arruda anunciou, esta quinta-feira, que vai sair do partido.
"Irei desfiliar-me para proteger o partido, de modo a que o processo decorra normalmente nos tribunais. Vamos aguardar o tempo da justiça", afirmou Miguel Arruda.
O deputado disse também não poder estar associado "ainda por cima" a um partido como o Chega, que "defende um discurso implacável com quem comete algum crime".
No entanto, o açoriano continua a afirmar que é "inocente" e que isso será provado "no sítio certo".
"Se me considero inocente, durmo descansado e estou de consciência tranquila. Uma pessoa só é julgada e condenada num sítio próprio, perante um juiz, não é na praça pública. Já expliquei tudo no sítio certo. As malas que estavam em minha casa são minhas. Num mais curto espaço de tempo essa situação toda ficará esclarecida", garantiu o deputado.
Entretanto, também no final da reunião entre ambos, o presidente do Chega, André Ventura, garantiu que foi "implacável" com o deputado, considerando, apesar disso, que as explicações dadas por Miguel Arruda não foram "esclarecedoras".
"Em casos como estes, e noutros, devem ser dadas explicações claras [...]. Na minha perspectiva [as explicações] não são esclarecedoras", afirmou aos jornalistas.
Sublinhando que o que transmitiu a Miguel Arruda é que nestas circunstâncias este não pudesse continuar no grupo parlamentar, Ventura terá dito que haveria os dois caminhos de que já tinha falado mais cedo: a suspensão ou renúncia do mandato.
"Miguel Arruda transmitiu-me que a decisão dele já estava tomada. E que não iria nem renunciar ao mandato nem suspendê-lo", atirou, dizendo que "deixou claro que tomadas decisões contrárias, em casos como este, àquilo que parece ser bom senso partidário, teriam de levar a ação disciplinar por parte do Chega".
[Notícia atualizada às 18h44]
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