Luso-francesa que deixou filha morrer conhece sentença. MP pede perpétua

Nas últimas declarações que fez em tribunal, Sandrine Pissarra assumiu: "Sou uma mãe monstruosa".

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Notícias ao Minuto
24/01/2025 14:47 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto

País

França

Nos últimos dias, França (e o mundo) ficaram em choque com o que foi dito e descrito no julgamento de uma luso-francesa, acusada de torturar a filha de 13 anos, que morreu à fome, com apenas 28 kg, no verão de 2020.

 

Hoje, Sandrine Pissarra, de 54 anos, que está a ser julgada no Tribunal de Hérault, em Montpellier, conhece a sentença no Tribunal, assim como companheiro, Jean-Marc C.. O Ministério Público (MP) francês pediu, durante a manhã, prisão prepétua para ela e 18 anos para ele.

"Desde pequena, Amandine foi vítima de socos, pontapés, empurrões, puxões de cabelo, insultos e vassouradas", afirmou o procurador, segundo a BFM TV, acrescentando que os filhos de Sandrine viveram numa "ditadura familiar", "num mundo inimaginável".

Apesar de a luso-francesa ter garantido, em tribunal, que sofreu também ela de violência doméstica durante a infância, o magistrado não acreditou: "Não acredito em nada! Porque durante quatro anos esses elementos nunca foram mencionados", lembrou.

Já sobre Jean-Marc C., o procurador notou que "em qualquer sistema totalitário há cúmplices e, neste caso, é ele, que nunca impediu que isto acontecesse".

"Quando vemos as imagens aterrorizantes de Amandine exausta, caindo... Se tivermos um pingo de humanidade, reagimos quando vemos um adolescente a passar fome. Reagimos!", atirou.

Já o advogado de defesa de Sandrine disse apenas que "esta violência não caiu do céu",  numa clara referência ao que a luso-francesa afiança ter passado quando era criança.

"Peço desculpa aos meus filhos"

Depois do intervalo para o almoço, os arguidos tiveram oportunidade de falar uma última vez.

Sandrine Pissara, que foi acusada por vários filhos, em tribunal de ter feito da vida deles um "inferno", de os espancar e de, inclusive, ter reagido, após a morte de Amandine, como se nada tivesse acontecido, aproveitou o momento para lhes pedir desculpa.

"Gostaria de pedir desculpas aos meus filhos", declarou. Já Jean-Marc C. disse que não tinha "nada a acrescentar".

O veredicto será conhecido, segundo a BFM TV, ao final da tarde de hoje.

"Inferno". Filhos testemunham contra luso-francesa acusada de tortura

Suspeita, de 54 anos, terá deixado filha, de 13 anos, morrer à fome. Menina tinha 28 kg quando morreu.

Notícias ao Minuto | 13:23 - 22/01/2025

"Sou uma mãe monstruosa"

Depois de quatro anos a negar ter torturado a filha, de 13 anos, Sandrine admitiu, durante o julgamento, que a maltratava. Questionada, ontem, em mais uma das sessões que ocorreram ao longo desta semana, sobre o porquê de o ter feito, a luso-francesa disse que atacava "porque era parecida com o pai".

No fim acrescentou: "Sou uma mãe monstruosa".

Recorde-se que Amandine, de 13 anos, morreu após uma "provação sem fim", segundo o Le Figaro. Media 1.55 metros e pesava apenas 28 quilos. Estava desfigurada, tinha vários hematomas, tinha falta de dentes e pouco cabelo. Os seus restos mortais, "extremamente magros", estavam cobertos de "intoleráveis" lesões e escaras.

Apesar de Amandine ter sido a filha que mais sofreu nas mãos de Sandrine, esta também terá feito, como foi relatado em tribunal, a vida dos seus restantes filhos num "inferno".

Sandrine, que é manicure, foi mãe de oito filhos de três pais diferentes. Além de Amandine, também outra filha morreu, quando tinha apenas alguns dias, vítima da síndrome de morte súbita.

Pelo menos dois dos restantes filhos, que testemunharam em tribunal, estão de costas voltadas para a mãe e acusaram-na de ser uma "criminosa".

Leia Também: "Inferno". Filhos testemunham contra luso-francesa acusada de tortura

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