O número de guineenses que conseguiram acesso ao ensino superior em Portugal passou de 3.356, no ano letivo de 2023/2024, para 4.966 no presente ano letivo de 2024/2025, segundo a fonte.
O número de admissões excede "em mais de 48%" as do ano passado "e representa um claro e continuado compromisso de Portugal para com a formação do capital humano da Guiné-Bissau", salienta a embaixada portuguesa.
Numa nota divulgada à imprensa, a Embaixada de Portugal na Guiné-Bissau informa que já foram publicadas 10 listas de agendamento para os estudantes admitidos tratarem do processo de pedido de visto.
No balanço da cooperação e relações bilaterais relativas ao ano de 2024, a embaixada informa que recebeu mais de 16.400 processos de pedido de visto, 6.000 dos quais relativos a estudantes.
Este número representa um aumento de pedidos de visto "superior 20% face a 2023", de acordo com os dados divulgados.
A representação diplomática portuguesa na Guiné-Bissau dá ainda conta de que emitiu 570 documentos de identificação ou de viagem, o que representa "um crescimento superior a 150%", comparando com o ano anterior.
No balanço de 2024 consta ainda a cooperação em diferentes setores, nomeadamente formação na área da defesa e no ensino e promoção da língua portuguesa, com 119 professores certificados, 562 que iniciaram a formação e a criação de um mestrado.
A cooperação portuguesa tem também reforçado as competências dos militares guineenses no português, com o ensino nos quartéis, uma iniciativa que abrangeu 105 militares.
Em parceria com a União Europeia, a cooperação portuguesa concretizou em 2024 o projeto GESTDOC, que informatizou o controlo de fronteiras e os serviços de registos e notariado guineenses.
Na saúde, ajudou a criar a linha Saúde 24, a reforçar os meios de diagnóstico, na luta contra a sida, tuberculose e malária, e transferiu para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de Portugal 525 pacientes.
Segundo a embaixada, "Portugal é o maior fornecedor de bens à Guiné-Bissau, as empresas portuguesas empregam mais de 3.000 trabalhadores, e o maior volume de remessas de emigrantes guineenses tem origem em Portugal".
"Há margem para melhorar a atração e manutenção de investimento direto português na Guiné-Bissau", conclui.
Portugal e a Guiné-Bissau têm um acordo bilateral materializado no Programa Estratégico de Cooperação com 60 milhões de euros para investir entre 2021 e 2025 no país africano.
Os governos dos dois países vão começar a discutir o novo plano estratégico para entrar em vigor a partir de 2026, segundo a embaixada.
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