Football Leaks: Acessos indevidos a sistema da Liga dominaram sessão

Os alegados acessos indevidos ao sistema informático da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LFPP) dominaram hoje a quarta sessão do julgamento de Rui Pinto, criador do Football Leaks, com várias testemunhas a denunciarem a violação das suas contas pessoais.

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Lusa
29/01/2025 18:20 ‧ ontem por Lusa

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Football Leaks

Na quarta sessão do julgamento, Pedro Faria, diretor de tecnologia da Liga entre 2013 e 2022, considerou mesmo que "foi necessário muito trabalho de pesquisa para aceder sistema informático" do organismo.

 

"Era possível aceder ao sistema informático da LPFP, mas era preciso ter conhecimentos técnicos. Era necessário fazer um trabalho de análise muito grande", afirmou a testemunha, ouvida, como todas as outras inquiridas hoje, de forma remota.

Pedro Faria reconheceu, depois de questionado por um dos advogados, que quando foi interrogado pela investigação viu um caderno de notas com "instruções para aceder ao universo informático da Liga", e que o "nível de informação que estava lá era privilegiado.

Num dia em que estava prevista aconteceu, a audição de Pedro Proença, presidente da LPFP e assistente no processo, acabou adiada para 10 de fevereiro devido a questões relacionadas com a notificação, o tribunal ouviu várias testemunhas com ligações à LPFP à data dos factos e um administrador da SAD do Leixões.

Entre as testemunhas com ligações à LPFP à data dos factos, Tiago Fernandes, engenheiro informático no organismo entre 2014 e 2019, explicou o funcionamento da plataforma transfer, usada pelos clubes para inscrever jogadores, e apenas acessível a alguns funcionários, da qual poderão ter sido divulgados alguns contratos.

Na sessão da tarde, Andreia Couto, que trabalhou na LPFP entre 2002 e 2018, tendo sido secretária-geral do organismo, "contrariou" os depoimentos da manhã, que davam conta de acessos indevidos a caixas de correio eletrónico pessoais, assumindo nunca se ter apercebido de que a sua conta pudesse ter sido acedida por terceiros.

O julgamento de Rui Pinto, que responde por 241 crimes relacionados com o acesso a emails do Benfica e de outras entidades, prossegue em 10 de fevereiro, às 14h00, com a audição de mais oito testemunhas, entre as quais Pedro Proença, líder da LPFP e candidato à presidência da Federação Portuguesa de Futebol, que se constituiu assistente no processo.

Rui Pinto responde por 201 crimes de acesso ilegítimo qualificado, 22 crimes de violação de correspondência agravados e 18 crimes de dano informático.

Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.

Rui Pinto foi condenado no caso 'Football Leaks', em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

Leia Também: Football Leaks. Rui Pinto em silêncio no arranque do segundo processo

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