A informação, divulgada hoje, surge na sequência de uma reunião que o Instituto promoveu, no âmbito do "Plano Estratégico e de Ação do Javali em Portugal", com todas as organizações representativas dos setores da agricultura e da caça, para debater "os desafios relacionados com o aumento das populações de javalis".
Nesse encontro, de acordo com informação à Lusa, o ICNF anunciou o início para breve dos trabalhos para a atualização do estudo sobre a situação do javali em Portugal.
Na quinta-feira, a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) insistiu em comunicado na atribuição de indemnizações pelo Ministério da Agricultura para compensar os agricultores dos prejuízos provocados por animais selvagens, como javalis, pedindo ainda o controlo das populações.
No seguimento da reunião com o ICNF, a CNA defendeu a necessidade destes fundos para fazer face aos prejuízos provocados por javalis e outros animais selvagens.
A CNA, no documento, cita um estudo da Universidade de Aveiro realizado entre setembro de 2020 e dezembro de 2022, que estimou que a população de javalis rondasse os 280 mil animais e que pudesse chegar a 400 mil, o que faz com que o problema assuma "dimensão nacional" e se agrave "a cada ano que passa".
O ICNF recorda, na informação disponibilizada à Lusa, que no início do ano passado implementou "procedimentos extraordinários", enquadrados na legislação em vigor, autorizando a caça ao javali em zonas de caça turística com menos de 400 hectares, permitindo que as entidades gestoras destas zonas ajustem os seus Planos de Ordenamento e Exploração Cinegética.
Em outubro do ano passado entrou em vigor o decreto-lei que altera o regime jurídico da conservação, fomento e exploração dos recursos cinegéticos e que permite a caça ao javali pelos processos de aproximação e de espera durante todo o ano.
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