O Laboratório Artístico Beyra, que contempla também atividades formativas para estudantes de música nos distritos de Castelo Branco e da Guarda, está no terceiro ano de atividade e este ano foi feita a audição para 18 novos músicos.
Os que frequentaram o projeto nos dois anos anteriores vão passar a dar concertos de música de câmara, explicou uma das responsáveis do projeto, a violoncelista Vanessa Pires.
Segundo a responsável do Beyra, o EOBI "pretende desenvolver atividade na música clássica, para que seja uma plataforma que ajude jovens em início de carreira a terem oportunidades" em residências artísticas devidamente remuneradas.
"Há um crescimento da qualidade dos músicos em Portugal que não está a ser acompanhada por oportunidades de trabalho", referiu Vanessa Pires, em declarações à agência Lusa.
O Laboratório Artístico Beyra tenciona, em simultâneo, estimular um "movimento migratório diferente do normal", no Interior do país, quando habitualmente os jovens artistas têm de se deslocar para o Porto ou Lisboa para desenvolverem a carreira.
O Ensemble Orquestral da Beira Interior "pretende que os jovens músicos continuem a desenvolver as suas capacidades e tem características especiais, uma vez que tem todos os instrumentos de orquestra e um músico de cada instrumento, o que permite fazer um repertório muito interessante a nível da música contemporânea", acentuou.
O EOBI, com músicos entre os 18 e os 27 anos, é "o braço mais forte" do projeto Beyra e tem previstas este ano quatro apresentações, na Covilhã e no Fundão, distrito de Castelo Branco, e os responsáveis estão a tentar que os restantes sejam no distrito da Guarda.
Vanessa Pires, da direção executiva, enfatizou a vertente formativa para os mais jovens do Laboratório Artístico, que inclui a possibilidade de alunos de música entre os 10 e os 18 anos poderem participar em ensaios abertos, para experimentarem o funcionamento de um Ensemble profissional, o que normalmente não acontece.
A primeira apresentação do EOBI está marcada para 01 de março, no auditório do Conservatório de Música da Covilhã, com a direção do maestro Pedro Neves, um espetáculo onde vão ser interpretadas obras de Beethoven e de Nuno Côrte-Real.
Em maio, é a vez do diretor musical, o violoncelista covilhanense Bruno Borralhinho, dirigir o concerto com a participação do Coro Misto da Beira Interior e da soprano Dora Rodrigues, onde vai ser interpretada uma nova obra de Luís Cipriano.
Vanessa Pires realçou que o projeto, implementado há dois anos, já começa a ser reconhecido e convidado por outras organizações.
Em setembro, o Beyra participa no Operafest, na Culturgest, onde apresenta a ópera "Julie", de P. Boesmans.
Para dezembro, está marcada a apresentação em concerto da nova peça de Vasco Mendonça, dirigida pelo maestro Peter Rundel.
Carlos Caires e Pedro Lima são outros autores com quem o Laboratório Artístico vai trabalhar.
"É importante que este laboratório seja essa ponte entre jovens músicos e estas referências da música contemporânea", vincou Vanessa Pires.
Organizado pela Artway, o Laboratório Artístico Beyra tem a direção artística do covilhanense Filipe Quaresma e renovou o financiamento, para mais dois anos, da Direção-Geral das Artes.
Dos 18 músicos selecionados nas últimas audições, para a renovação do EOBI, três são naturais da Beira Interior.
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