Clube de Viana afasta membro acusado de abuso e pornografia de menores

O Grupo Desportivo Areosense, em Viana do Castelo, anunciou hoje que um membro da direção, que desempenhava serviços de secretariado, cessou funções por ter sido acusado de crimes de abuso sexual de crianças e pornografia de menores agravado.

Notícia

© Getty Images

Lusa
19/02/2025 19:40 ‧ há 2 dias por Lusa

País

Viana do Castelo

O homem de 43 anos, proprietário de um centro de Atividades de Tempos Livres (ATL) em Areosa, começa a ser julgado a 27 por quatro crimes: três de abuso sexual de crianças e um de pornografia de menores agravado.

 

"De acordo com o mencionado na acusação, os factos estão relacionados com a atividade laboral deste elemento, não estando em nenhum momento conectado com as instalações ou funções exercidas no clube. O GD Areosense, tomando conhecimento da acusação pelo MP, atendendo ao sensível cariz que a mesma reveste, decidiu terminar funções com efeito imediato", refere o clube em um comunicado publicado na sua página oficial no Facebook.

A primeira sessão de julgamento está marcada para dia 27, às 09:15, no tribunal de Viana do Castelo.

De acordo com a acusação deduzida pelo Ministério Público (MP), a que a agência Lusa teve hoje acesso, o arguido, que, juntamente com a mulher, é proprietário de um centro de ATL que realiza "atividades de férias escolares, toma conta das crianças, serve os almoços e efetua o transporte de crianças em carrinha do centro de ATL, como motorista".

Além dos crimes de que está acusado, o MP considera que o homem, casado e pai de uma filha, deve ainda ser condenado na pena acessória de proibição do "exercício de profissão, emprego, função ou atividade pública ou privada cujo exercício envolva contacto regular com menores".

Segundo a acusação, os factos, que remontam a entre 2018 e 2022, envolvem duas menores de 13 anos, que prestaram declarações para memória futura.

A acusação deduzida pelo MP refere que o homem foi sujeito à medida de coação de termo de identidade e residência ao abrigo deste processo.

O centro de ATL era frequentado por cerca de 20 crianças com idades compreendidas entre os 4 e os 16 anos.

Uma das vítimas envolvidas neste processo frequentou o ATL entre julho e agosto de 2022.

No início de julho de 2022, uma das menores "disponibilizou o seu número de telemóvel aos responsáveis do ATL e iniciou a troca de mensagens com o arguido, as quais, inicialmente, versaram sobre o funcionamento do ATL. Em finais de julho de 2022, o arguido começou a enviar mensagens à menor (...) nas quais dizia, entre outras coisas, que a menor tinha mudado a vida dele, que gostava muito dela, perguntando se a menor tinha interesse nele e dizendo à menor que tinha problemas no casamento".

Segundo o MP, em setembro de 2022, quando a menor se encontrava a passar férias, o arguido manteve conversações com ela, abordando-a para ter uma relação com ele e pedindo-lhe que lhe enviasse fotos, o que ela não fez.

"À medida que o arguido ia mandando mensagens com a menor (...) pedia-lhe que as apagasse, dizendo-lhe que não queria que o pai dela descobrisse as referidas mensagens", acrescenta o MP.

Nesse mesmo dia, o pai da menor acedeu ao seu telemóvel "e descobriu as mensagens trocadas com o arguido, tendo denunciado os factos na PSP de Viana do Castelo".

Segundo a acusação, o arguido manteve entre 2018 e agosto de 2022, com uma prima da menor, que também frequentou o mesmo centro de ATL, "comportamentos semelhantes".

"Tais situações ocorreram no interior do ATL e quando viajavam na carrinha do ATL. Ao agir do modo descrito, o arguido agiu de forma livre e consciente, motivado pelo propósito de satisfazer os seus instintos sexuais. Não ignorava o arguido que as ofendidas tinham, à data, 13 anos de idade, e que o comportamento que prosseguia era atentatório da sua liberdade e autodeterminação sexual. Mais sabia o arguido ser o seu comportamento proibido e criminalmente punido", refere o MP.

Leia Também: Dono de ATL julgado por crimes de abuso e pornografia de menores

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas