O Ministério Público (MP) arquivou um inquérito à morte de uma mulher, de 49 anos, e do filho, de sete anos, que morreram em dezembro de 2023, na sequência da suspeita de uma intoxicação, cuja causa não foi identificada, por entender "não existirem indícios de responsabilidade criminal na ocorrência daquelas duas mortes", foi esta quarta-feira anunciado.
"O Ministério Público proferiu, no dia 11 de fevereiro de 2025, despacho final de arquivamento no inquérito em que se investigaram as circunstâncias em que ocorreu a morte de uma criança de 7 anos e da sua mãe, de 49 anos, respetivamente a 11 e 25 de dezembro de 2023, em meio hospitalar, havendo suspeita de intoxicação de causa não identificada", lê-se numa da Procuradoria da República da Comarca de Coimbra, que acrescenta que o MP "entendeu não existirem indícios de responsabilidade criminal na ocorrência daquelas duas mortes".
O inquérito tinha sido iniciado a 12 de dezembro de 2023 e o MP dizer efetuado "exaustivas diligências de prova" que incluíram a "realização de perícias médico-legais, exames e estudos toxicológicos e laboratoriais, junção de documentos clínicos e inquirição de testemunhas".
"Das diligências realizadas não resultou qualquer elemento objetivo e factual, pericial ou meramente indiciário, suscetível de considerar a eventual ação humana, negligente, dolosa ou acidental, na causa da morte da criança e da sua mãe", explica.
Segundo a mesma nota, os relatórios de autópsia médico-legal concluíram, com particular relevo, que a morte da criança "foi devida a miocardite aguda linfocítica e pneumonia/pneumonite aguda, ambas de eventual etiologia vírica, complicadas de falência multiorgânica". "Tal quadro nosológico denota admissível origem natural", destaca.
Além disso, "nada obsta a que a morte da mãe tenha sido devida a infeção por Rinovirus A, associada a disfunção multiorgânica em contexto de choque séptico, que surgiu como complicação. Tal constitui causa de morte natural".
A investigação foi dirigida pela 2.ª Secção de Coimbra do Departamento de Investigação e Ação Penal de Coimbra, com a coadjuvação da Diretoria do Centro da Polícia Judiciária.
Recorde-se que, na altura, surgiram suspeitas em torno de uma refeição de carne partilhada pela família. O pai, então com 44 anos, e outro filho, na altura com 12 anos, também tiveram de receber tratamento, mas tiveram alta hospitalar pouco depois.
A criança de 7 anos morreu no dia 11 de dezembro e a mãe viria a morrer no dia de Natal, a 25 de dezembro, depois de vários dias internada. Na altura, os exames descartaram que a refeição pudesse ser associada aos óbitos.
[Notícia atualizada às 10h24]
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