A Polícia Judiciária (PJ) deteve, esta terça-feira de manhã, o administrador de insolvência de uma associação cultural centenária de Lisboa e fez quatro buscas domiciliárias e duas em escritórios de advogados da capital. Em causa estão as investigações de um esquema que lesou a instituição em mais de dez milhões de euros.
Além do detido, outras quatro pessoas foram constituídas arguidas. Três delas exercem, atualmente, cargos de direção na associação cultural.
A associação em causa trata-se, segundo avança o Jornal de Notícias do Ateneu Comercial de Lisboa,
Sobre todos os envolvidos, segundo a nota da PJ, recaem "fortes suspeitas da prática dos crimes agravados de corrupção ativa e passiva e branqueamento e falsificação de documento".
O detido, em conjunto com outros quatro arguidos, dois deles advogados, traçaram um plano que começou com o pedido de insolvência da associação, por dívidas de cerca de 500 mil euros, que "pressupunha a liquidação desse passivo por parte de um 'investidor'" e na obtenção de três imóveis da centenária associação, avaliados em dez milhões de euros.
Depois, com o objetivo de "implementação de um projeto imobiliário", o 'investidor’' alienou os imóveis a uma terceira sociedade, pelo valor de 8.750.000 euros.
Assim que os imóveis foram alienados, o 'investidor' dividiu, com o advogado e o administrador, a insolvência, que tinha um valor superior a 2.800.000 euros, através da filha, celebrando "falsos contratos de mútuo gratuito".
Com os ganhos desta atividade ilícita, os suspeitos compraram quatro imóveis, que já foram apreendidos pela PJ no âmbito desta investigação, denominada "Quid Pro Quo". Além dos imóveis, a polícia apreendeu um milhão de euros em saldos bancários.
O administrador detido ficará a conhecer as medidas de coação amanhã, quarta-feira.
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