O Instituto Português do Sangue da Transplantação (IPST) apelou, esta semana, à dádiva de sangue, depois da sazonalidade dos vírus respiratórios causar impacto nas reservas de quatro grupos sanguíneos: A+, A-, O+ e O-. Atualmente, as reservas são "insuficientes para dar resposta às necessidades dos doentes", explicou a presidente do ISPT, Maria Antónia Escoval.
"São cerca de 1.100 unidades de sangue todos os dias a nível nacional que são necessárias. Há todos os dias doentes que precisam de sangue e de componentes sanguíneos", apontou ainda, em declarações à agência Lusa.
A responsável sublinhou a importância de se contribuir "para a vida humana", referindo também os diferentes tipos de patologias que fazem com que esta dádiva seja tão necessária.
Por que razão há falta de sangue?
Maria António Escoval detalhou que esta carência é uma "situação sazonal que acontece todos os anos" e que se verifica em todo o país, mas que também se deve ao aumento de transplantes, já que desde o início de janeiro "houve um aumento substancial" destas intervenções. A presidente do IPST indicou que entre 1 de janeiro e até esta semana, foram realizados em Portugal 118 transplantes de fígado, rim, coração, pulmão e pâncreas.
"Além destes doentes, a que temos que dar respostas, porque são vidas humanas, temos também todos os doentes oncológicos, os doentes hemato-oncológicos, que necessitam de terapêutica com sangue e componentes sanguíneos, os doentes com trauma, com acidentes e aqueles doentes que têm doenças de sangue e que precisam regularmente de transplantes de sangue", referiu.
Carência é sazonal, mas não é única
Ainda que a situação atual seja muito semelhante à verificada no ano passado e noutros anos, e que nos meses de janeiro e fevereiro ocorra por norma "uma situação de carência", esta não é a única altura em que as reservas de sangue são afetadas.
É que para além do impacto dos vírus respiratórios, há ainda uma outra altura do ano em que as carências de sangue aparecem: depois do verão, pois "durante os meses de verão, os dadores regulares ausentam-se para férias".
Como ajudar?
O Serviço Nacional de Saúde explica como é que cada um pode ajudar, e, para além de todas as informações deixadas em detalhe e que pode consultar aqui, há algumas que pode já apontar:
- Para doar sangue, é preciso ter pelo menos 50 kg, idade igual ou superior a 18 anos (as pessoas candidatas com 17 anos podem fazê-lo mediante consentimento dos pais e/ou em caso de emancipação por casamento de acordo com o estabelecido por lei) e ser saudável;
- Para doar sangue, deve dirigir-se a uma Sessão de Colheita ou Serviço de Colheita de Sangue, cujos locais e horários pode consultar aqui.
O que levar para a colheita?
Nos locais de colheita deverá apresentar um documento de identificação com fotografia (Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão, passaporte, cartão de residente ou carta de condução), e deverá aí preencher um questionário. Posteriormente, será avaliado por um profissional de saúde qualificado que determinará a sua elegibilidade para a dádiva de sangue, através de uma avaliação clínica e exame físico (como determinação do seu peso, altura, hemoglobina e tensão arterial).
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