O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou este domingo que o Governo deu ontem um "sinal de estabilidade" ao prestar esclarecimentos ao país e admitir uma moção de confiança e desafiou a oposição a deixar o Executivo trabalhar..
"O primeiro-ministro ontem deu o sinal que o Governo tem dado sempre que é o sinal da estabilidade, que não pode ser uma estabilidade podre e [a oposição] tem de assumir as suas consequências", avisou, em declarações aos jornalistas em Aveiro, onde está para o encerramento da 14.ª edição da Universidade Europa.
O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros rejeitou também que o Governo esteja fragilizado por causa da empresa familiar do primeiro-ministro e considerou que Luís Montenegro justificou tudo o que tinha a justificar.
O ministro justificou ainda a importância de preservar a estabilidade política: "Porque a economia está a crescer acima da média da zona Euro, porque nós temos o maior crescimento em cadeia no último trimestre de 2024, porque nós subimos o nosso ranking ainda na sexta-feira, porque a dívida pública está a descer, a dívida externa está abaixo dos 60% [...], temos o máximo emprego que alguma vez tivemos, recuperamos os vencimentos e as carreiras de muitas classes da função pública, estamos a fazê-lo também com os pensionistas", exemplificou.
"Agora é preciso que a oposição nos deixe trabalhar, essa é que é a questão e temos de lhes perguntar. Se querem que o Governo trabalhe têm de nos dar condições", enfatizou Paulo Rangel, salientando a instabilidade geopolítico que se vive atualmente.
O governante salientou ainda que, "neste momento crucial na história do mundo, em que Portugal está a funcionar bem em termos económicos e está a responder em termos de futuro", o PS tem de se clarificar e não pode ter posições ambíguas.
"Se os partidos da oposição vivem constantemente a querer trabalhar em casos e casinhos para trás e para a frente, o país, nesta circunstância geopolítica, tem de compreender quem está do lado de Portugal em movimento e em crescimento", sustentou.
O primeiro-ministro anunciou sábado que a empresa familiar Spinumviva passará a ser "totalmente detida e gerida pelos filhos", deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.
O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).
Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que "sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais" relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.
Após esta comunicação ao país, o PCP anunciou que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, mas o líder socialista já avançou que não a vai viabilizará e que votará contra uma moção de confiança caso o executivo a apresente.
[Notícia atualizada às 14h12]
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