Fez ontem, terça-feira, 4 de março, 24 anos que a Ponte Hintze Ribeiro, que ligava Entre-os-Rios a Castelo de Paiva, colapsou subitamente arrastando para as águas do rio Douro um autocarro de passageiros e três veículos ligeiros e vitimando 59 pessoas.
Eram cerca de 21h10 do fatídico (e enevoado) 4 de março de 2001, quando a tragédia rodoviária– uma das maiores de Portugal – aconteceu.
Segundo o que o Jornal de Notícias avançou na altura, o pilar que ruiu estava assente em estacas de madeira. Mais. Uma década antes, a ponte, inaugurada em 1887, já apresentava sinais de desgaste e tinha sido, inclusive, alvo de perícias, que tinham determinado o seu possível colapso.
O impacto político do acidente foi enorme na época e conduziu a mudanças estruturais, inclusive a proibição de extração de areias nos rios portugueses.
No entanto, o inquérito do Governo concluiu que o colapso resultou de "uma conjugação de fatores", assim como o tribunal, que acabou por absolver, em outubro de 2006, os quatro engenheiros da ex-Junta Autónoma das Estradas (JAE) e outros dois de uma empresa projetista, que o Ministério Público (MP) responsabilizava pela queda da ponte, por não existirem provas que sustentassem esta tese.
O Estado acabou por pagar 50 mil euros a cada família enlutada, com um adicional entre 10 e 20 mil euros para cada herdeiro, em função do grau de parentesco.
A 4 de maio de 2002 foi inaugurada uma nova travessia do rio Douro, que substituiria a ponte que desabou.
Apesar das buscas, que se prolongaram durante meses, 36 dos 59 corpos nunca foram encontrados. As vítimas pertencia ao concelho de Castelo de Paiva, Cinfães, Gondomar e Penafiel. O grupo que seguia no autocarro regressava a casa de uma excursão a Trás-os-Montes para ver as amendoeiras em flor.
Este ano, como já é tradição, os familiares e amigos das vítimas voltaram a homenageá-las. Depois de uma missa em memória dos falecidos, na Igreja Paroquial de Fornos, em Castelo de Paiva, com a bênção de 59 flores, seguiram até ao monumento Anjo de Portugal, em Santa Maria de Sardoura, erguido em memória dos falecidos.
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