"Eu não queria, mas tenho de estar preocupado porque o país precisa de serenidade. O país precisa também, no mais curto espaço de tempo, de estabilidade governativa para que possa ter as reformas necessárias que é preciso fazer e que os projetos que estão na calha, de norte a sul do país, mas particularmente na Guarda, possam avançar o mais rapidamente possível", disse à agência Lusa hoje Sérgio Costa.
O autarca eleito pelo movimento Pela Guarda, a cumprir o primeiro mandato, afirmou que "a Guarda está farta de andar de ciclo em ciclo legislativo e as coisas não andarem".
Sérgio Costa referia-se à reabertura do Hotel Turismo, à construção do Porto Seco e à conclusão da modernização da Linha da Beira Alta.
"Esperemos que nenhuma dessas concretizações fiquem, de repente, paradas à espera de eleições porque as instituições têm que continuar a funcionar independentemente dos ciclos eleitorais", alertou.
Para Sérgio Costa, "o Estado português, que é uma entidade de bem, tem que fazer andar todos esses processos".
O presidente da Câmara da Guarda admitiu estar também "preocupado" com o efeito da crise política na execução do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), acreditando que "tudo isto poderá fazer atrasar mais ainda, mais do que já está, a execução dos fundos do PRR".
"Por isso, aquilo que mais desejo, para além de serenidade, é que o país possa ter a estabilidade governativa necessária para se poder fazer uma boa governação e as reformas necessárias que Portugal tanto ambiciona", declarou.
Sérgio Costa admitiu que, para o cidadão comum -- "e eu, antes de ser autarca, sou um cidadão comum" -- "não é fácil assistir àquilo que estamos a assistir Em Portugal", onde "devemos todos estar bem cientes do rumo que queremos trilhar para o futuro que ambicionamos. Até porque a conjuntura europeia e mundial a isso obriga".
O Presidente da República admitiu a marcação de eleições antecipadas em maio, no final de um dia [quarta-feira] em que o primeiro-ministro anunciou uma moção de confiança que tem chumbo prometido dos dois maiores partidos da oposição, PS e Chega, e que deverá ditar a queda do Governo na próxima semana.
O voto de confiança foi avançado por Luís Montenegro no arranque do debate da moção de censura do PCP, que foi rejeitada com a abstenção do PS na Assembleia da República, e em que voltou a garantir que "não foi avençado" nem violou dever de exclusividade com a empresa que tinha com a família, a Spinumviva.
Se a moção for rejeitada na quarta-feira no parlamento, Marcelo convocará de imediato os partidos ao Palácio de Belém "se possível para o dia seguinte, e o Conselho de Estado, "para dois dias depois", admitindo eleições entre 11 ou 18 de maio.
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